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Estado de Minas NOVIDADE

Refugiados sírios abrem novo restaurante na capital

Outra unidade do Sítio Sírio será inaugurada em junho, no Vila da Serra


postado em 24/05/2019 18:04 / atualizado em 27/05/2019 14:41

Elyan Sokkav e o irmão Alaa no novo restaurante do Sítio Sírio no Funcionários: refugiados impulsionam gastronomia árabe em Belo Horizonte(foto: Geórgea Choucair/Encontro)
Elyan Sokkav e o irmão Alaa no novo restaurante do Sítio Sírio no Funcionários: refugiados impulsionam gastronomia árabe em Belo Horizonte (foto: Geórgea Choucair/Encontro)
"As pessoas têm ideia que todo refugiado é pobre. Não precisa ser assim". A frase, do refugiado sírio Elyan Sokkar, tem propriedade. Ele, o irmão Alaa Sokkar e o amigo John Isaac inauguraram nesta sexta-feira, dia 24 de maio,  um novo restaurante do Sítio Sírio, no bairro Funcionários. Em junho, abrem a terceira unidade, que será em container no Vila da Serra.

A abertura oficial do restaurante contou com dançarinos árabes como convidados, além do novo cardápio montado pelo trio para o espaço. Motivos para comemorar não faltam. Em pouco tempo e em plena crise econômica do país, o negócio dos empresários cresceu em ritmo gigantesco e tornou-se caso de sucesso até mesmo em palestras de faculdades, onde Elyan se orgulha de contar a história de empreendedor. Eles chegaram em 2014 em BH em busca de trabalho. Hoje empregam cerca de 45 pessoas.

Prato executivo custa R$ 25 e oferece três opções ao gosto do cliente: arroz integral, lentilha ou berinjela; kafta com batata ao forno, coxa com sobrecoxa de frango e batata ao forno, vagem à moda síria; salada fattoush ou tabule(foto: Geórgea Choucair/Encontro)
Prato executivo custa R$ 25 e oferece três opções ao gosto do cliente: arroz integral, lentilha ou berinjela; kafta com batata ao forno, coxa com sobrecoxa de frango e batata ao forno, vagem à moda síria; salada fattoush ou tabule (foto: Geórgea Choucair/Encontro)
Além de vender quitutes árabes, como esfirras, quibes e falafel (bolinho de grão-de-bico frito), o espaço é também restaurante e vai servir pratos executivos montados com três opções a gosto do cliente: arroz integral, lentilha ou berinjela; kafta com batata ao forno, coxa com sobrecoxa de frango e batata ao forno, vagem à moda síria; salada fattoush ou tabule.

O preço é R$ 25 e no primeiro mês a sopa de lentilha é de graça para a freguesia.

A nova casa tem capacidade para 70 pessoas e nesta sexta-feira, antes mesmo da abertura oficial, as mesas estavam lotadas. "O nosso diferencial é a comida boa e com preço justo", afirma Elyan. Receita tem dado certo, pois diariamente sai da cozinha dos sírios mais de 2 mil quibes.

A primeira  lanchonete Sítio Sírio foi inaugurada em fevereiro de 2017 em um espaço modesto e pequeno na Savassi. Um ano depois, o negócio ganhou público fiel e dobrou de tamanho. Alaa, que era cozinheiro na Síria, veio para ajudar na cozinha. A partir de junho, cada um dos sírios vai ficar em uma unidade.

(foto: Geórgea Choucair/Encontro)
(foto: Geórgea Choucair/Encontro)
Para montar as duas novas casas, o Sítio Sírio está investindo cerca de R$ 500 mil. A música árabe alegra os ambientes. Os amigos e sócios esbanjam simpatia.O carro-chefe da casa é o shawarma, um sanduíche feito de fatias de carne de frango ou cordeiro assadas em um espeto na vertical, com temperos especiais - e secretos.

A vitrine de doces típicos da Síria tem baklawa (de pistache com nozes) e halawe (de pistache com gergelim).O sotaque carregado é cada vez mais diluído entre os empreendedores e o mineirês ganha força entre os empreendedores, que soltam fácil o "uai, sô e nú, tá muito bom!".

Os três estão adaptados a Belo Horizonte e afirmam se sentir em família por aqui. "Temos liberdade e fomos muito bem recebidos", diz Elyan. A crise financeira no Brasil não assusta os amigos. "Há oportunidades para quem quer trabalhar", afirma. E trabalho é uma palavra que ronda sempre esses empreendedores, que costumam sair de casa de segunda a sábado às 7 da manhã e voltar depois da meia noite, quando as portas do Sítio Sírio se fecham. "Quero trabalhar muito e fazer um pé de meia durante cinco anos", afirma Elyan. Para quem vontade e garra para trabalhar, diz, a crise não aparece.

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