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Estado de Minas CRIADO NA SUIÇA

Já ouviu falar no chocolate ruby? Ele é famoso por ser da cor rosa

Bombons, barrinhas e ovos de Páscoa ganharam coloração diferente graças a ele


postado em 29/07/2019 11:13 / atualizado em 29/07/2019 15:10

Luana Drumond, da Doce que Seja Doce:
Luana Drumond, da Doce que Seja Doce: "O chocolate rosa atrai curiosos, mas por ser mais doce não agrada a todos" (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Sim, é rosa! Primeiro a empresa suíça Barry Callebaut invadiu o mercado com o tal chocolate belga. Mudou a forma de o brasileiro consumir o doce. Agora, a última invenção da companhia é alterar a cor do chocolate. É a primeira inovação em termos de cores naturais desde que a Nestlé criou o chocolate branco, há mais de 80 anos. O grande segredo por trás da cor rosa do ruby está na seleção dos frutos de cacau. A Callebaut notou que alguns aspectos do solo e do clima impactam as características das amêndoas, influenciando sua cor e sabor. Antes da descoberta, as tais amêndoas eram apenas usadas juntamente com as outras na produção de chocolates ao leite e amargo.

Não pense, no entanto, que foi fácil chegar à tão desejada cor rosa - de forma natural, sem o uso de aditivos. Foram mais de 10 anos de pesquisas até chegar ao produto final, que apresenta um sabor frutado. Para Astrid Duarte, proprietária da chocolateria L’Or Noir, apesar de ter 47% de cacau, o ruby tem um gosto mais parecido com o do chocolate branco. "Só no finalzinho você sente um sabor ácido", diz ela, que usa o rosa para fazer barrinhas (R$ 7,60, 38 gramas) e bombons (R$ 3,75, a unidade).

Foram mais de 10 anos de pesquisa da marca suíça Callebaut até chegar ao produto ideal: grande segredo por trás da cor está na seleção dos frutos de cacau(foto: Callebaut/Divulgação)
Foram mais de 10 anos de pesquisa da marca suíça Callebaut até chegar ao produto ideal: grande segredo por trás da cor está na seleção dos frutos de cacau (foto: Callebaut/Divulgação)
O ruby foi lançado em 2017, mas só chegou por aqui no início deste ano. As prateleiras das docerias de Belo Horizonte acabaram pintadas pelos tons da novidade da Callebaut, principalmente durante a Páscoa. Foi durante esse período, inclusive, que a confeiteira Cynthia Géo, da Confiserie by Cynthia Géo, começou a usá-lo em suas receitas. Desde então, os clientes podem tanto se deliciar com os bombons rosados recheados com geleia de framboesa ou pistache (R$ 360, o quilo), quanto apreciar a delicadeza da rosa - rosa! - de chocolate (R$ 5,50, a unidade). "Tenho clientes que amam e outros que odeiam", conta. Já na Doce que Seja Doce, da chocolatière Luana Drumond, o ruby está nas trufas (R$ 4,90, a unidade), que aliam o sabor intenso do brownie do recheio com as características de notas frutadas da cobertura. "O chocolate rosa atrai curiosos, mas por ser mais doce não agrada a todos", diz ela.

Fany e Ari Balabram, sócios da Fany Bombons: ingrediente é usado na produção de pirulitos de chocolate(foto: Violeta Andrada/Encontro)
Fany e Ari Balabram, sócios da Fany Bombons: ingrediente é usado na produção de pirulitos de chocolate (foto: Violeta Andrada/Encontro)
Como se vê, especialistas ainda se mostram um pouco divididos sobre a novidade. Para Victória Aquino, promotora de vendas da Maria Chocolate, é só uma questão de tempo até que o ruby caia no gosto do povo. A loja de Lourdes oferece o produto em barra (R$ 209,90, pacote com 2,5 kg). Já Ari Balabram, sócio da Fany Bombons, não aposta todas suas fichas no tal chocolate rosa. "É bonito, tem um sabor frutado, mas pessoalmente não achei muita graça", diz ele, que atualmente usa o ingrediente na produção de pirulitos de chocolate. Astrid Duarte, da L’Or Noir, faz coro: "Foi que nem lançamento de filme, criaram muita expectativa para pouca realidade", afirma. Pelo visto, o ruby ainda terá de vencer a desconfiança do grande público até alcançar o status de queridinhos no tapete vermelho dos chocolates

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