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Estado de Minas PET

Estudo da UFMG alerta para os riscos de dar carne crua a cães

Segundo pesquisadores da Escola de Veterinária da instituição, o alimento in natura eleva presença de bactérias nas fezes dos bichos, causando risco também aos seres humanos


postado em 02/09/2019 16:35 / atualizado em 03/09/2019 15:14

Cães que se alimentam de carne crua liberam mais bactérias em suas fezes, incluindo a perigosa Salmonella, que pode levar seres humanos à morte(foto: Pixabay)
Cães que se alimentam de carne crua liberam mais bactérias em suas fezes, incluindo a perigosa Salmonella, que pode levar seres humanos à morte (foto: Pixabay)
Muitas pessoas pensam que, por ser um alimento natural, a carne crua pode ser utilizada sem preocupação na alimentação dos cães. Contudo, a verdade é que o hábito de oferecê-la aos cachorros pode causar problemas para esses animais e para quem convive com eles. Esse alerta vem de um estudo, inédito no Brasil, realizado pela Escola de Veterinária da UFMG e divulgado no site da instituição.

A pesquisa feita pela universidade mineira mostra que cães que se alimentam de carne crua liberam até 28 vezes mais bactérias em suas fezes, incluindo a perigosa Salmonella, que pode levar seres humanos à morte. Além disso, o estudo detectou a presença de outras duas moléstias, a Escherichia coli e a Clostridium difficile, ambas com potencial para provocar infecções no intestino humano. Outro problema é que, segundo os pesquisadores, os cachorros também podem adoecer por conta da presença de micro-organismos presentes na carne crua.

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As bactérias liberadas nas fezes caninas podem chegar ao nosso organismo por meio do contato físisco que mantemos com animais que, eventualmente, tenham tido contato com excrementos.

Outra etapa do estudo realizado pela UFMG analisou o perfil de 400 tutores de cães residentes em Belo Horizonte e na região metropolitana da capital mineira. Os resultados revelam que 70% dessas pessoas dão carne crua aos cachorros acreditando que isso propicia uma alimentação mais natural aos bichos. Os dados mostram, ainda, que esses tutores não acreditam que a carne crua tem potencial para causar danos à saúde dos cachorros, tampouco das pessoas.

Um dos autores da pesquisa, o professor da Escola de Veterinária da UFMG, Rodrigo Silva, explica esse comportamento dos tutores e esclarece se os cachorros necessitam ou não da carne crua: "As pessoas acham que os cães são carnívoros, mas isso não é verdade porque, desde que foram domesticados, há mais de 10 mil anos, seus organismos sofreram alterações. Eles ainda precisam ingerir proteínas, mas isso não precisa vir da carne crua, pois ela traz riscos", diz em entrevista ao site da instituição.

Ainda de acordo com o especialista, não existem estudos que defendam a ingestão de carne crua por cães. Além disso, o pesquisador ressalta que a Associação Mundial de Veterinários de Pequenos Animais e o Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos já alertaram para os problemas de oferecer esse tipo de alimento aos cachorros.

Contraponto

Já o site Cachorro Verde, especializado em alimentação natural para cães, defende a inclusão de carne crua na dieta dos cachorros, desde que alguns cuidados sejam tomados. Um texto disponibilizado na página explica que, no caso da carne bovina, ela deve permanecer no freezer por, no mínimo, três dias (ou cinco dias, em congelador comum) antes de ser oferecida aos cães, para evitar risco de contaminações.

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