
Para os mais exigentes, o desafio da festa perfeita é ainda maior, pois não só o "todo" deve ficar ideal, como também os pormenores: nada de fiação passando pelo piso, pregada com fita adesiva. Nada de deixar a banda de música fixa em um só lugar, porque limita a criatividade do dono da festa. Casacos pendurados nas cadeiras? De jeito nenhum.

Mas os perrengues não foram poucos para o sucesso das comemorações. "Já passei por dificuldades das mais diversas. Tive de pagar hora extra de funcionários, por não haver, no salão, uma entrada adequada para equipamento e montagem, o que gerava fila dos fornecedores para as entregas", exemplifica. Ela também já viu uma noiva quase cair da escadaria, em plena festa, durante a sessão de fotos. E teve de levar água mineral e papel higiênico para o pessoal da montagem em vários eventos, pois não havia estrutura adequada para os prestadores de serviço nos salões.

Como o próprio nome diz, o espaço, projetado pela arquiteta Patrícia Hermani, propõe-se a deixar a festa exatamente conforme o gosto de cada cliente, até o último detalhe. "As pessoas têm estilos diferentes, mas, muitas vezes, os salões já têm uma cara própria - mais rústica, mais clássica - e só dá para mudar o mobiliário e as flores. Além disso, costumam ter limitação de layout. Assim, as festas ficam muito parecidas: já se sabe, por exemplo, onde os convidados vão se sentar, onde vai ficar a banda", explica.
Levando isso em conta, Cristina planejou um espaço sem limitações de disposição. O teto consiste em uma estrutura metálica onde está embutida toda a malha elétrica, com fiação, cabeamento e tomadas, o que possibilita flexibilidade na disposição dos elementos da festa. Além disso, a estrutura está preparada, em pontos-chave, para receber até 200 kg de peso. Ou seja: é possível segurar até mesmo um carro, sem riscos. "Há empresas que têm lustres maravilhosos, pesando mais de 150 kg. Onde vão conseguir pendurá-lo?", diz.

As mulheres também ficarão felizes com o projeto do banheiro, em que todas as cabines são equipadas com pia e espelho individuais, e cujas portas são do tipo "piso-teto", para, segundo Cristina, evitar o aspecto "boteco". Fora a estrutura de cada cabine, ainda há o balcão tradicional, com as pias e espelho, e uma iluminação francesa especial, muito usada em museus.

Aniversariantes vaidosas, noivas ou bandas contam, ainda, com a possibilidade de usar o camarim, que tem uma entrada exclusiva e dispõe de closet, chuveiro, lavatório de cabelo, copa e bancada com espelhos. Além de iluminação especial para filmagem, que Cristina mandou fazer após consulta com um especialista do Projac, o centro de produções da TV Globo, no Rio.
Para a montagem dos eventos, depois de ter passado por dificuldades nas festas que realizou, Cristina decidiu fazer docas técnicas separadas e cobertas para carga e descarga de serviços. Há a doca do bufê, que tem ligação direta com a cozinha; a doca das flores, com uma câmara frigorífica, para as pétalas não murcharem; doca para iluminação, para mobiliário, etc. Todas com acesso independente e ao fundo do salão.

Cuidadosa, Cristina não pretende fazer eventos com venda de ingresso ou formaturas, para evitar o desgaste da casa, que quer sempre impecável, como gosta de dizer. Hoje, realiza festas de casamento e aniversários e pretende investir no ramo de eventos empresariais. O isolamento acústico do ambiente - e até redutor de ruído no ar-condicionado - favorece eventos que incluam videoconferências, palestras, leilões. "E até para que um convidado escute o que o outro está dizendo ao seu lado, coisa que nem sempre acontece", diz. A empresária conta que sua obsessão pelos detalhes foi tida como supérflua por muita gente, que considerou bobagem investir em tantas minúcias. Contudo, ela garante que os convidados têm valorizado o resultado e que BH, com seu público exigente, já estava ávido por um espaço como este. Que traz o nome de Casa Tua, mas, em verdade, é a cara da dona.