
Nos estúdios de tatuagem, os donos dos pets chegam determinados. Sabem exatamente qual imagem querem reproduzir e as tradicionais patinhas em preto vão dando lugar a produções mais elaboradas. "É comum fazermos desenhos do animal de corpo inteiro ou mesmo detalhes, mas sempre imitando o modelo real", diz o tatuador Flavio Souza. Em se tratando dos pets, o índice de arrependimento é quase zero, segundo o tatuador, bem diferente daqueles que homenageiam grandes amores. "Só se arrependem quando o desenho fica malfeito, sem qualidade, mas jamais pela escolha", diz o tatuador Felipe Andrade, do estúdio Pietá.
Os motivos que levam os donos a gravar a imagem de seus pets no corpo são vários. A gatinha Emmilly, sem raça definida, ganhou lugar de destaque na perna direita da blogueira Marcelle Melo, de 39 anos. Quando chegou em sua vida, há nove anos, a gatinha a ajudou a enfrentar um período difícil. "Na época, eu estava com depressão e encontrei forças nela, doando e recebendo amor", diz. Anos depois, em 2013, Emmilly teve um problema sério de saúde e Marcelle decidiu fazer uma tatuagem em sua homenagem. Na sequência, também tatuou uma revoada de pássaros no pulso direito. "Tanto ela quanto meus cinco pássaros representam uma família para mim. Tenho certeza de que jamais vou me arrepender", diz Marcelle.

Foi para para diminuir a saudade, que o biólogo Henrique Meni Costa Rabelo, de 27 anos, viu na tatuagem uma forma de estar mais próximo de Luna. A cadelinha da raça golden retriever morreu em 2014, aos 13 anos. Companheira de aventuras e brincadeiras, marcou a adolescência de Henrique. "Sempre tivemos um vínculo muito forte e, quando percebi que a perderia, fiz a impressão original de sua pata para fazer minha primeira tatuagem, no braço direito", diz. Foi a forma que encontrou de tê-la sempre por perto.