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Estado de Minas TECNOLOGIA | ESPORTE

Estudantes da UFMG desenvolvem carro para disputar competição nacional

Alunos de engenharia aperfeiçoam um modelo que participará de um campeonato, em novembro, na cidade de Piracicaba (SP). Criada em 2008, equipe mineira está entre as principais do país


postado em 20/07/2017 16:01

Alguns dos integrantes da Fórmula UFMG, Julia Cobucci e Pedro Bontempo (sentados), Hermano Naves e Lucas Prosdocimi:
Alguns dos integrantes da Fórmula UFMG, Julia Cobucci e Pedro Bontempo (sentados), Hermano Naves e Lucas Prosdocimi: "Isso aqui é muito mais que uma equipe, é uma família", diz Lucas (foto: Paulo Márcio/Encontro)
Na oficina, os mecânicos estão debruçados sobre o veículo: um confere os pneus, outro testa o girar do volante e o chefe da equipe acaricia o chassi, buscando alguma falha que possa ter passado desapercebida. Em outro ambiente, o restante do time confere os cálculos e as projeções em computadores. Cenas assim são comuns em oficinas de equipes de automobilismo. Mas a imagem pode ser registrada diariamente no campus da UFMG, na Pampulha, mais especificamente no Centro de Pesquisas Hidráulicas e Resíduos Hídricos, espaço cedido à equipe Fórmula UFMG, que reúne estudantes de diversos cursos de engenharia e loucos por carros.

Os estudantes já miram a Fórmula SAE Brasil, que vai acontecer em novembro, em Piracicaba, no interior de São Paulo. A competição, promovida pela SAE (Sociedade dos Engenheiros Automotivos, em português), envolve estudantes de todo o país. São alunos de engenharia que desenvolvem pequenos carros de corrida. Vence a equipe que criar o melhor projeto. As duas primeiras colocadas disputam a edição internacional, nos Estados Unidos.

Estudantes na oficina da equipe: muito trabalho para não fazer feio na competição nacional(foto: Paulo Márcio/Encontro)
Estudantes na oficina da equipe: muito trabalho para não fazer feio na competição nacional (foto: Paulo Márcio/Encontro)
A Fórmula UFMG nasceu em 2008. Aos poucos ela vem se consolidando entre as melhores do país, que atualmente já somam 50 equipes. E alcançar tal patamar exige esforço. "Já passei o sábado trabalhando nos projetos. É um vício bom", diz o capitão da equipe, Hermano Naves, estudante do sétimo período de engenharia mecânica. O primeiro bólido foi montado para competir em 2009. De lá para cá, ele vem recebendo melhorias, principal pré-requisito para ser aceito nas provas da SAE.

O carro, com motor de 600 cilindradas da Honda, alcança 100 quilômetros por hora em quatro segundos. "Mas a velocidade não é o mais importante", diz Hermano. "Nosso objetivo não é fazer o carro mais rápido, mas gerar conhecimento", afirma o capitão, lembrando que na equipe há estudantes de períodos variados. Weber Veloso, que cursa o 11º período de engenharia mecânica, é o mais antigo no time. "Aprendemos a fazer projetos que podem ser usados em qualquer área", diz o rapaz, que destaca o sucesso de ex-participantes que hoje integram empresas aéreas. Atualmente os estudantes trabalham dia e noite - com a supervisão de professores - para trocar o chassi, aperfeiçoar  a central eletrônica e deixar a suspensão mais leve. Durante as provas são avaliados quesitos como projeto, aceleração, freios e a performance do carro, que tem de percorrer 22 voltas.

Carro da Fórmula UFMG no ano passado: conquista do sétimo lugar entre 50 equipes de todo o país(foto: Divulgação)
Carro da Fórmula UFMG no ano passado: conquista do sétimo lugar entre 50 equipes de todo o país (foto: Divulgação)
Mas a equipe Fórmula UFMG não se restringe ao carro. Julia Cobucci, estudante do sexto período de engenharia de produção, integra o departamento de recursos humanos do time. A criação do setor foi justificada pelo aumento significativo de pessoas na equipe. "Hoje, somos 43 estudantes", diz Julia. É, realmente, uma pequena empresa em operação. Ainda como estudantes, eles têm de lidar com prospecção de patrocínios e gerenciamento de recursos, já que o valor recebido da faculdade não é suficiente para bancar as despesas. Para se ter ideia, a construção do carro que disputou a competição no ano passado custou 95 mil reais, o que seria inviável não fossem as empresas apoiadoras. E já são 50 do Brasil e do exterior.

Apesar de ser o caçula da equipe, o estudante do terceiro período do curso de engenharia de produção Lucas Prosdocimi não se mostra menos apaixonado pelo projeto. "Isso aqui é muito mais que uma equipe, é uma família", diz o rapaz, que também atua no departamento de gestão de pessoas e de marketing. Atualmente, o chassi do carro traz o número quatro, que foi a colocação na competição de 2015. No ano passado, a equipe ficou em sétimo. Agora, todos estão trabalhando para que o chassi receba o número mais almejado: o 1.

Confira as últimas colocações da equipe mineira na competição nacional, que ocorre anualmente em Piracicaba (SP)


2013 - 4ª colocação
2014 - 7ª colocação
2015 - 4ª colocação
2016 - 7ª colocação (2º lugar no quesito aceleração)

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