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Estado de Minas BEM-ESTAR

Tire algumas dúvidas sobre o AVC

Será que existe tratamento para o acidente vascular cerebral? Entenda!


postado em 12/04/2019 09:19 / atualizado em 12/04/2019 09:23

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Segundo dados do Ministério da Saúde, o acidente vascular cerebral (AVC) causa 100 mil mortes todos os anos no país. O problema pode ser do tipo isquêmico, quando há a obstrução de uma artéria, ou do tipo hemorrágico, quando um vaso sanguíneo se rompe. Conforme o ministério, não há uma maneira clínica segura, eficaz e definitiva para identificar se o AVC é hemorrágico ou isquêmico. Exames de imagem devem ser feitos para promover um diagnóstico mais seguro.

De qualquer forma, os médicos concordam que o AVC hemorrágico costuma apresentar sintomas graves mais rapidamente: perda progressiva da consciência, com desmaio, deterioração sútiba de reflexos neurológicos e convulsão.

Apesar de ser uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, o acidente vascular cerebral ainda gera muita dúvida.

Abaixo, a médica Luísa Fonseca, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, em entrevista para o portal português Sapo, esclarece alguns pontos ligados a essa doença neurológica:

AVC é um problema restrito aos idosos
"Não é verdade, cerca de um quarto dos AVCs ocorre em pessoas com menos de 65 anos. Além disso, crianças e jovens também podem ter AVC. Nestes casos, a etiologia é outra, habitualmente associado a doenças genéticas, infecções ou dissecação das artérias, normalmente associada a um traumatismo", afirma a especialista.

Os sintomas são de difícil detecção
A médica explica que os sintomas mais frequentes associados ao acidente vascular cerebral são: rosto caído, dando uma sensação de assimetria; diminuição da força no braço, podendo ocorrer na perna também; e dificuldade na fala, que se torna arrastada ou pouco compreensível e sem sentido. "No entanto, devemos considerar também a cegueira repentina, de um ou de ambos os olhos; e uma dor de cabeça súbita e muito intensa, diferente do habitual e sem causa aparente".

Dor no peito é um sinal de AVC
"O AVC acontece no cérebro, quando é interrompido o fluxo de oxigênio e nutrientes para as células cerebrais. A dor no peito está ligada ao enfarte do coração. Contudo, existem doenças cardíacas que aumentam o risco de AVC, entre elas a fibrilação atrial [batimentos irregulares]", diz Luísa Fonseca.

Descansar alivia os sintomas
Sempre que surge algum sinal de alerta, é preciso ligar imediatamente para o serviço de emergência. "Se ficar em casa, perde a possibilidade de receber tratamento eficaz, além de que, após um AVC, existe um risco mais elevado de sofrer um novo evento, mais grave, se não for tratado. O tratamento imediato pode ser a diferença entre a vida ou a morte e a única maneira de conseguir uma recuperação completa ou evitar sequelas graves", alerta a médica.

Ao presenciar um AVC, é preciso levar o doente imediatamente para o hospital
"Quando surgirem os sinais de alerta, deve ser acionado o serviço de emergência, que disponibilizará os meios de auxílio específicos, promovendo o transporte do doente ao hospital mais adequado, que assegurará o tratamento correto e o mais rápido possível".

Não existe tratamento para o acidente vascular cerebral
"Na verdade, existe tratamentos eficazes em algumas situações. No caso do AVC isquêmico, é possível, em condições específicas, realizar trombólise [remédio dilui o trombo que obstrui a artéria] ou trombectomia [retirada do trombo por cateterismo]. Em qualquer um destes tratamentos, o resultado depende muito da precocidade da intervenção. No caso do AVC hemorrágico, poderá também, em situações muito específicas, ser necessário a correção endovascular do vaso que sangrou ou mesmo intervenção cirúrgica".

Ácido acetilsalicílico (AAS ou Aspirina) evita o AVC
"Apesar de ser verdade que o ácido acetilsalicílico pode ser usado no tratamento de vítimas de AVC, não pode ser utilizado em todas as situações, podendo mesmo ser prejudicial quando ocorre o hemorrágico", alerta a especialista portuguesa.

Não existe prevenção para o AVC
Luísa Fonseca esclarece que existem alguns fatores de risco que se forem devidamente controlados, podem diminuir o risco de uma pessoa sofrer um AVC. "Assim, controlar a pressão arterial, a glicemia [nível de açúcar no sangue] e o colesterol, bem como adotar uma alimentação saudável, pobre em gorduras e sal, praticar exercício físico regularmente, não fumar e evitar bebidas alcoólicas em excesso, são pequenas ações que, certamente, farão a diferença e ajudarão na prevenção". Pessoas com fibrilação atrial podem ter de usar medicamento específico para prevenir o AVC.

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