
O oftalmologista César Lipener, do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, ressalta que diversos estudos científicos relacionam o uso desses dispositivos s ao surgimento do problema visual. "É preciso desestimular o uso intenso, sobretudo na infância, trocando esses aparelhos por atividades ao ar livre. Pesquisas realizadas em todo o mundo mostram que essa medida é eficaz para diminuir o avanço da miopia", afirma o especialista em entrevista ao site da Agência Brasil.
Prevenção
Ele destaca, ainda, que o desenvolvimento visual ocorre nos primeiros anos de vida e a visão atinge sua maturidade entre os cinco e seis anos de idade. Por isso, é importante que, além de evitar que as crianças usem aparelhos eletrônicos excessivamente, os pais fiquem atentos aos exames preventivos, pois, pode ser que a criança tenha algum problema, mas não se queixa, e os pais não percebem.
César Lipener alerta que essa desatenção pode resultar em um possível diagnóstico tardio, que, muitas vezes, acarreta em sequelas que a criança pode carregar para o resto de sua vida. O especialista lembra que, no Brasil, estimativas mostram que 80% das crianças em idade escolar nunca fizeram exames oftalmológicos, o que é alarmante porque a miopia pode ter, como consequência, prejuízos no aprendizado e, até mesmo, isolamento social.
Portanto, é na idade pré-escolar (por volta dos quatro anos) que as crianças devem passar por uma avaliação oftalmológica, de acordo com o médico. Mas pode ser que isso precise ser feito bem antes dessa fase, dependendo de alguns fatores, como explica o oftalmologista: "Se houver alguma coisa que chame atenção, como casos de problemas visuais na família (hereditariedade), principalmente pais com estrabismo ou alto grau, a consulta deve ser mais precoce ainda, até no primeiro ano de vida", diz. "O diagnóstico é simples e, atualmente, existem opções de tratamento eficazes para retardar a progressão da miopia", completa César Lipener à Agência Brasil.