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Estado de Minas SAÚDE

Aumenta incidência de doenças respiratórias em crianças nesta época do ano

Entretanto, especialista alerta que nem sempre o melhor caminho é levar os pequenos a unidades de pronto atendimento


postado em 12/06/2022 22:31 / atualizado em 12/06/2022 22:34

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)
O período do outono/inverno favorece o aumento de doenças respiratórias em crianças, como resfriado, gripe, sinusite, rinite alérgica, vírus sincicial respiratório (VSR - responsável pelo surgimento de bronquiolite aguda e pneumonia) e asma, por isso pais e responsáveis devem ficar atentos ao primeiro sintoma e buscar orientação de um pediatra para que o quadro não avance. Estudo da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), feito a partir de dados coletados do Sistema Único de Saúde (SUS), aponta que 44% das mortes de crianças de 0 a 6 anos são decorrentes de complicações perinatais ou doenças respiratórias, infecciosas e parasitárias, e poderiam ser evitadas com o devido atendimento médico.

Segundo Nivio Tadeu Gil de Lima, pediatra do Hospital Vila da Serra, o frio acelera a proliferação de vírus e bactérias. "Junto a isso, ambientes fechados, sem circulação de ar, contribuem para a contaminação. É primordial manter as janelas abertas, orientar as crianças a higienizar as mãos com água e sabão constantemente, já que são o principal veículo de transmissão, e não levar a criança à escola se estiver com alguma infecção das vias aéreas", orienta.

O pediatra ressalva que é fundamental manter o cartão de vacinação em dia. "A imunização contra o vírus Influenza é o modo mais eficaz de prevenção contra a gripe e de suas complicações. Já as vacinas pneumocócicas e anti-Haemophilus influenzae tipo B protegem de infecções como meningite e pneumonia", esclarece.

Nivio Tadeu Gil de Lima lembra que os pais só devem levar a criança ao pronto-socorro na presença de febre acima de 37,8°C há mais de 48 horas, diarreia e insuficiência respiratória para não sobrecarregar a emergência hospitalar. "Caso não seja uma situação de urgência, o melhor é levar a criança ao posto de saúde ou ao consultório para que o pediatra examine, prescreva a medicação necessária, oriente os pais e acompanhe o quadro clínico", afirma o pediatra do Hospital Vila da Serra.

Quando procurar o pronto atendimento infantil?

A saúde dos pequenos é uma grande preocupação para toda a família e sempre que estão doentes, há o desejo de resolver o mais rápido possível. Crianças pequenas, na maioria das vezes, ainda não conseguem expressar bem o que estão sentindo, e isso é motivo de angústia para os pais. Nesta época do ano, é muito frequente o aparecimento de doenças respiratórias agudas, principalmente virais, mas, na maioria das vezes, o atendimento pode ser realizado em consultório.

É importante saber diferenciar as situações em que a criança pode esperar a consulta pediátrica, de preferência com seu pediatra assistente, daquelas em que há indicação para que o atendimento seja no serviço médico de urgência. Levar uma criança na urgência quando poderia esperar o atendimento em consultório, além de trazer desconforto ao pequeno que está doente, aumenta a quantidade de pacientes aguardando, o que faz os serviços de saúde ficarem muito cheios, com atendimento mais lento, e ainda coloca a criança em risco de contrair outras doenças.

Veja algumas dicas e orientações de quando procurar assistência no pronto atendimento infantil, de acordo com o pediatra Nivio Tadeu Gil de Lima:

Recém-nascidos

São um grupo de pacientes mais sensíveis e delicados. Devem retornar à maternidade de nascimento em até 28 dias de vida quando apresentam:

  • Baixa aceitação da amamentação

  • Redução da urina - normalmente, a quantidade de urina do bebê vai aumentando ao longo dos dias, indo de 3 fraldas de xixi do segundo para o terceiro dia de vida até uma média de 6 a 8 fraldas de xixi por dia

  • Febre, bebê pouco ativo, irritabilidade intensa associada à falta de apetite

  • Presença de vermelhidão e secreção no coto umbilical

  • Dificuldade respiratória

  • Movimentos musculares repetitivos e incoordenados, em que haja a dúvida sobre a presença ou não de convulsões

  • Presença de sangue na urina ou fezes, ou ainda outros sinais de sangramento. Manchas alaranjadas na fralda do bebê geralmente são de cristais de urato e não representam um problema, vão desaparecer com o passar dos dias

  • Fezes de coloração muito clara, ou brancacentas, principalmente se associadas a icterícia

  • Icterícia, com pele amarelada abaixo da região da virilha (normalmente a pele vai se tornando amarelada primeiro na cabeça, posteriormente peito, barriga e assim por diante). A icterícia, se intensa, pode ser associada a sequelas neurológicas, então é importante a avaliação do pediatra assistente e encaminhamento para dosagem e avaliação da necessidade de fototerapia

  • Traumas - quedas do colo, de cima da cama, etc

Crianças de outras idades

  • Acidentes domésticos, traumas, queimaduras, quedas que causem ferimentos

  • Traumas na região da cabeça, especialmente se houver perda de consciência

  • Reações alérgicas intensas

  • Diarreia e vômitos frequentes acompanhados por sinais de desidratação (urina concentrada e em menor quantidade, choro sem lágrimas, boca seca)

  • Febre persistente, que não abaixa com o uso de antitérmicos, com duração de mais de 48 horas, principalmente se associada a sinais de hipoatividade ou apatia ou se está acompanhada de prostração, recusa alimentar, recusa de líquidos e redução da diurese

  • Alterações neurológicas como tontura, sonolência fora do habitual, confusão mental, cefaleia acompanhada por vômitos e crises convulsivas

  • Dificuldade respiratória

  • Quadros de intoxicação (ingestão de medicamentos dos pais ou avós, de produtos de limpeza, etc)

  • Sangramentos espontâneos e inesperados como sangramento nasal que não melhora com compressão; sangramento em gengiva ou boca sem trauma; sangue nas fezes ou urina, especialmente se acompanhados por irritabilidade e dor

"Se o seu filho está doente, mas não se enquadra nos casos acima, procure o seu pediatra de confiança. Isso evitará o estresse de procurar atendimento em um serviço de urgência, e ele será medicado por alguém que o conhece e acompanha, fazendo com que a abordagem seja ainda mais assertiva", recomenda o pediatra Nivio Tadeu Gil de Lima

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