Letalidade por febre maculosa pode chegar a 74% dos casos

Com 53 casos confirmados no Brasil este ano e seis mortes, segundo dados do Ministério da Saúde, a febre maculosa está deixando a população dos estados de São Paulo e Minas Gerais em alerta. A doença é transmitida pela picada do carrapato estrela infectado com a bactéria Rickettsia ricketsii. Três mortes já foram confirmadas no estado de São Paulo e outras três, em Minas Gerais.

Embora a doença seja de fácil tratamento, o diagnóstico tardio é o principal responsável pela alta taxa de mortalidade que a febre maculosa pode causar. "É fundamental iniciar o tratamento precoce, na suspeita, antes mesmo do diagnóstico confirmado da doença. Se a pessoa, especialmente aquela que esteve em áreas endêmicas, como sítios, cachoeiras, áreas com mata, áreas de circulação de capivaras e equinos, por exemplo; apresentar febre ou calafrios ou sudorese noturna, dor de cabeça, dor muscular e cansaço, é prudente procurar atendimento médico e iniciar o tratamento com o antibiótico específico. O tratamento precoce salva vidas, pois o diagnóstico é difícil e tardio, que ocorre em função dos sintomas serem frustros e similares aos de uma virose, e porque a sorologia IGG e IGM para Rickettsia ricketsii positiva 7 a 10 dias após o contágio; isso atrasa o diagnóstico, o que causa grande parte dos óbitos, alerta a infectologista Karina Napoles.

Evitar o contato com o carrapato estrela e evitar frequentar locais onde pode haver a exposição é a principal maneira de prevenir-se contra a doença. Os órgãos e profissionais de saúde orientam a população que se forem em locais onde o contato com o carrapato pode ocorrer, é fundamental fazer uso de repelentes, roupas compridas e claras (roupas claras são mais fáceis de ver o carrapato), botas e blusas compridas ao caminhar em áreas arborizadas ou gramados.

"A redução da letalidade por febre maculosa está diretamente relacionada ao tratamento com o antibiótico doxiciclina, desde que iniciado nos primeiros dias de sintomas. A medicação é administrada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre, orienta a infectologista.

Se um carrapato for encontrado no corpo; a orientação é removê-lo inteiro, com o auxílio de uma pinça e lavar a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor é o risco de se contrair a doença. "É importante verificar as roupas durante a permanência nas áreas de risco e após retirar-se destes locais, examinar as roupas para diminuir a possibilidade de contato com o carrapato", salienta Karina Napoles.

O clima seco e o período de inverno é a época do ano em que a proliferação de carrapatos é maior. Entre os meses de junho a setembro eles estão mais ativos. "O carrapato contaminado também transmite a doença para os ovos, que eclodem após 30 dias no ambiente. São mais de 6 mil novos carrapatos que em menos de um mês já podem transmitir a doença para animais e seres humanos", completa a médica.