
Segundo o Conselho Federal de Farmácia, ao invés de “desligar” a atividade cerebral, o lemborexant atua bloqueando mecanismos que mantêm a vigília — o que, segundo estudos, pode reduzir o risco de dependência associado a benzodiazepínicos e às chamadas drogas Z.
Uma pesquisa, desenvolvida na Universidade de Oxford, no Reino Unido, também apontou o medicamento como o mais eficaz e seguro entre 36 alternativas analisadas. Os resultados foram publicados na revista científica The Lancet e apontaram um bom equilíbrio entre eficácia, tolerabilidade e aceitabilidade.
O estudo foi o maior já realizado sobre o tema. A pesquisa envolveu cerca de 44 mil voluntários em 154 ensaios clínicos de duplo-cego, que avaliaram não só a melhora no sono, mas também a ocorrência de efeitos colaterais e o impacto da interrupção do tratamento.
Quando o Dayvigo será vendido?
Embora a medicação já tenha sido aprovada pela Anvisa, a chegada às farmácias brasileiras ainda depende da definição do preço máximo que será estipulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A agência também aponta que “a decisão de quando o medicamento será comercializado é da empresa detentora do registro”.
Insônia
Segundo o Ministério da Saúde, a insônia é caracterizada pela dificuldade em adormecer, em manter o sono ao longo da noite ou pelo despertar precoce. A condição pode estar ligada a diferentes fatores, como expectativas pessoais, problemas clínicos, questões emocionais ou até situações de excitação relacionadas a determinados eventos.
Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra a dimensão do problema: 72% dos brasileiros apresentam algum distúrbio relacionado ao sono, entre eles a insônia. A falta de descanso adequado pode ser tanto um sintoma quanto uma doença. No primeiro caso, costuma estar associada a transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão ou distúrbios de personalidade. Já quando se configura como patologia, tende a ocorrer pelo menos três vezes por semana e persistir por três meses ou mais.
De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), a insônia crônica tem duração média de três anos. Ela pode afetar entre 56% e 74% dos pacientes em algum momento do ano e se manter de forma contínua em cerca de 46% deles, aumentando os riscos para o desenvolvimento de outras doenças.