Seguindo a tendência mundial, o Salão do Automóvel de São Paulo, que estará aberto ao público até o dia 18 de novembro, acompanha o que foi mostrado em outras mostras internacionais neste ano em dois aspectos: confirmou a tendência de crescimento na oferta de veículos movidos a eletricidade; e registrou a ausência de várias marcas, como Volvo, Peugeot, Citroën, Jaguar e Land Rover.
Todos os expositores presentes, à exceção da FCA (Fiat e Jeep), indicam que enxergam o carro elétrico como um caminho sem volta. Até a semana passada o único carro 100% elétrico em oferta no Brasil era o BMW i30. Agora outros quatro modelos movidos a eletricidade entram na disputa pelas mãos das montadoras Chevrolet, Renault, Nissan e Audi.
A importação do Bolt EV, da Chevrolet, com autonomia de 350 km foi confirmado para o início de 2019 ao preço de R$ 175 mil.
As vendas do compacto elétrico Renault Zoe já começaram ao preço de R$ 149.990 por enquanto apenas em duas lojas, uma em Curitiba (PR) e outra em São Paulo (SP). Modelo elétrico mais vendido na Europa o Zoe tem autonomia "real" de 300 km e, segundo a Renault, o custo do quilômetro rodado é de R$ 0,7.
Outro que terá vendas iniciadas imediatamente é o Nissan Leaf, com preço a partir de R$ 178,4 mil. Sua autonomia é de 250 km, informa a montadora, e a potência é equivalente a 149 cv. As entregas ocorrerão no primeiro semestre de 2019.
Já o Audi e-tron deverá chegar ao mercado brasileiro em algum momento de 2019, uma indicação que pode ser no final do próximo ano. Por isso mesmo seu preço não foi informado. Ele é o primeiro modelo de produção em série totalmente elétrico da marca. Equipado com dois motores elétricos o SUV produz 300 kW de potência, o equivalente a 408 cv. A autonomia é de até 400 km.
No estande da Fiat o conceito de um fastback coupé assinado por Peter Fassbinder e sua equipe de Betim atrai todos os olhares de quem visita o salão. Lá a notícia animadora, ao depararmos com um exemplar do Fiat 500 em exposição, é a possibilidade de retomada das importações do modelo e também a comercialização do 500X, a versão SUV desse carro urbano, no Brasil. "Vai depender de como se comportará a economia do Brasil sob o comando do governo Bolsonaro", diz um porta-voz da Fiat.
Sem abandonar o tema eletrificação automotiva os superesportivos também atraem os holofotes.
O melhor exemplo é o AMG ONE, superesportivo híbrido da Mercedes-Benz com produção limitado a 275 unidades e entrega prevista para o final de 2019. Todas as unidades já foram vendidas ao preço de 2,175 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões). Ele possui um motor V6 a combustão e quatro elétricos. A velocidade máxima é de 350 km/h. Três brasileiros estão entre os compradores, mas, por razões óbvias, manterão seus carros em suas garagens fora do Brasil.
No extremo oposto, a nova geração do smart EQ ForFour elétrico como solução para a mobilidade urbana mereceu espaço especial no estande Mercedes-Benz. Só que a decisão de chegada ao mercado brasileiro ainda não foi tomada. Ele desenvolve potência de 85 cv e tem 155 km de autonomia.
A General Motors (GM), por sua vez, mostra a edição 2019 do Camaro, com potência de 461 cv e aceleração de zero a 100 km/h em 4,2 s. No caminho da conectividade extrema a montadora anunciou que a partir de 2019 todos os lançamentos da marca terão internet 4G e Wi-Fi a bordo.
A participação da Ford no salão de São Paulo pode ser definida como discreta. A montadora americana anuncia a chegada do Fusion híbrido e plugin e mostra o SUV Territory, que deverá ser um de seus próximos lançamentos no Brasil, situado entre o Ecosport (agora sem o estepe) e o Edge.
Na Volkswagen, a atração maior é a Tarok, o conceito de uma pick-up média compacta que em breve deverá ser produzida comercialmente para concorrer no Brasil com o Fiat Toro. Solução inédita e curiosa na Tarok é a possibilidade de aumentar o comprimento da caçamba com uma tampa de acesso à área dos bancos traseiros escamoteáveis. Em matéria de energia elétrica, o representante VW no salão de SP é o ID Cross, ainda em estágio de conceito.