Hoje, são 45 mil hectares plantados no estado, com faturamento bruto anual de mais de R$ 840 milhões, e quase a totalidade da produção é consumida pelo mercado interno.
A bananicultura em Minas cresceu e se desenvolveu expressivamente nos últimos anos, mas, é no norte do estado que a produção se destaca. Responsável por quase metade da produção mineira, a região conta com cerca de 16 mil hectares de área colhida, sendo que 1/3 dela está na cidade de Jaíba, maior produtora mineira. Para ajudar a potencializar a banana mineira, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve diversas pesquisas envolvendo a fruta na região.
"Uma diferença da bananicultura no norte em relação ao restante do país é a obrigatoriedade da irrigação, isto é, não há produção na região sem irrigação", explica a engenheira agrônoma Maria Geralda Vilela Rodrigues, coordenadora do Programa Estadual de Pesquisa em Fruticultura da Epamig.
O primeiro experimento com a cultura da banana no norte de Minas pela Epamig foi implantado em 1979. Desde então, são conduzidas diversas pesquisas. Os trabalhos em andamento buscam solucionar desafios, como as doenças e um cenário de escassez de água. A empresa pesquisa formas de manejar a água de irrigação com redução de uso, além de variedades com tolerância à redução de água fornecida.
"Minas Gerais tem uma posição estratégica em relação aos principais mercados, e, além disso, a maior parte do nosso território apresenta condições favoráveis de clima e solo: temperatura tropical e solos profundos. A qualidade da banana produzida em Minas Gerais é reconhecida. Essa qualidade se dá por estas condições, mas, também pelo cuidado com o cultivo e pelo nível tecnológico adotado", comenta Maria Geralda Vilela.
Cultivo
A bananicultura rende durante todo o ano, desde que bem irrigada e cuidada. Os tipos mais comuns cultivados no estado são do subgrupo prata: prata-anã, que é o carro-chefe mineiro, seus clones, como a gorutuba e outras, e a banana prata comum.
Para realizar o plantio da fruta, é preciso ter disponibilidade de água – mínimo de 100 mm todos os meses – solo profundo, bem drenado e fértil, além de clima tropical, sem extremos de temperaturas mínimas e máximas.
"Para instalar um bananal é necessário ter conhecimento da área a ser plantada e da fruta. Ele tem que ser bem cuidado o ano todo. Abandonar o bananal nos períodos de preço mais baixo é formar mal o cacho seguinte, que será colhido em época melhor, além de formar mal a planta que ainda dará o cacho seguinte a esse. O efeito cascata será sentido pelo produtor, com declínio da produção e aumento da presença de frutas com classificação ruim, causando prejuízos", esclarece a engenheira agrônoma da Epamig.
Sul do estado
No sul de Minas, segundo maior produtor no estado, a Epamig pesquisa variedades de bananas há 15 anos. Os tipos mais utilizados na região são a prata-anã (80%), nanica (15%) e maçã (5%). Segundo José Clélio de Andrade, pesquisador da Epamig em Lavras, estão sendo pesquisados 13 tipos, sendo que quatro deles se sobressaem nas pesquisas, como a prata catarina e a variedade maravilha.
Selecionada em parceria com produtores particulares, a variedade prata gorutuba é mais resistente à pragas e doenças, inclusive ao Mal do Panamá, doença que pode ser fatal à planta. A banana maçã, por exemplo, é altamente susceptível a essa doença e por isso não mais existem grandes bananais dessa variedade, sendo este inclusive o motivo de ser uma variedade mais cara.
No vídeo abaixo, confira a colheita e o transporte dos cachos de banana em uma propriedade mineira:
(com Agência Minas)