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Estado de Minas FUTEBOL

Para Dunga, ninguém ganha uma Copa do Mundo antes de jogá-la

Durante a coletiva de imprensa em que foi apresentado como novo técnico da seleção brasileira, o ex-jogador criticou a ideia de que ídolos tornam um time campeão: "Não acontece nada antes de começar o jogo", diz


postado em 22/07/2014 17:24 / atualizado em 22/07/2014 17:32

Ao ser apresentado como técnico da seleção brasileira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, o ex-jogador Dunga afirmou que o Brasil não deve se considerar uma terra arrasada depois da derrota histórica de 7x1 para a Alemanha, no Mineirão, no jogo válido pela semifinal da Copa do Mundo de 2014.

"Não devemos nos colocar como uma terra arrasada. Temos muitas coisas boas e outras que temos que modificar. A gente viu no mundial o quanto é importante o talento, mas também o planejamento. O quanto é importante no futebol moderno, o marketing, mas também o quanto é válido o trabalho dentro de campo, e os resultados para que esse marketing seja sustentado", diz o técnico, depois de agradecer a confiança depositada nele pela CBF.

Dunga disse, porém, que é preciso um trabalho de conscientização dos atletas, dos jornalistas e dos torcedores para que não se crie falsas expectativas em relação ao futebol nacional. "A camisa é respeitada e vai ser sempre respeitada. Mas eles tanto nos respeitam que querem ganhar de qualquer forma. E nós é que temos que estar preparados e ter a humildade de ser melhor a cada dia. Sermos mais compactos, trabalhar mais e ter mais comprometimento. Temos que ter essa percepção e não achar que vamos entrar com a camisa e vamos ganhar. Não vendermos uma ideia de que vamos ganhar a Copa do Mundo antes de ela acontecer. Não acontece nada antes de começar o jogo", explica.

O técnico afirmou ainda que o futebol de hoje em dia não pode mais depender de ídolos, e que quem tem que criá-los são eles próprios, com seu desempenho em campo: "A gente não pode achar que vai encontrar um Pelé a toda hora. Ele é um mito. A gente não pode querer um Pelé a cada dia e criar um ídolo a cada dia. Um ícone a gente não cria, é ele que tem que ir conquistando espaço pela sua performance".

Um dos pontos que também foi comentado pelo técnico é sua relação com a imprensa, que sempre foi marcada por alguns atritos, especialmente em sua última gestão da seleção brasileira – ele assumiu o comando da equipe em 2006, após o mundial da Alemanha, e deixou o cargo em 2010. Dunga assumiu a culpa por esses desentendimentos e disse que aprendeu muito, e que está aberto a sugestões: "Estamos prontos para receber críticas e sugestões em prol da seleção brasileira". Sobre a resistência de parte da população à sua indicação, ele foi enfático: "As pesquisas estão aí para serem derrubadas e a única forma de fazer isso é apresentando um bom resultado".

(com Agência Brasil)

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