Publicidade

Estado de Minas ASTRONOMIA

Sonda europeia alcança órbita de cometa

Lançada em 2004, a missão Rosetta teve de viajar por 6 bilhões de quilômetros até chegar ao trajeto do Tchourioumov-Guérassimenko, e, em breve, liberará uma nave que deve pousar na superfície do cometa


postado em 07/08/2014 09:59 / atualizado em 07/08/2014 11:27

A sonda espacial europeia Rosetta chegou ao ponto de encontro com o cometa Tchourioumov-Guérassimenko, que irá seguir sua viagem até ao sol, anunciou a Agência Espacial Europeia (AEE).

"Ela chegou ao cometa", afirma Sylvain Lodiot, responsável pelas operações de voo da Rosetta na AEE, desde o centro de controle de Darmstadt, no centro da Alemanha. Este é o primeiro dispositivo espacial a conseguir orbitar um cometa.

A sonda espacial percorreu 6 bilhões de quilômetros pelo espaço, numa viagem que durou dez anos, antes de alcançar o cometa, que se encontra atualmente a 400 milhões de quilômetros da Terra. Constituído de gelo, rocha e pó, o cometa poderá lançar uma nova luz sobre como os planetas se formam.

Em novembro, uma pequena sonda robô, denominada Philae, vai ser lançada da Rosetta em direção ao Tchourioumov-Guérassimenko, na primeira vez que um dispositivo de origem humana pousa num cometa.



O diretor-geral da AEE, Jean-Jacques Dordain comemorou o feito, fruto de 20 anos de trabalho, desde a construção, lançamento da sonda de 3 toneladas e chegada ao seu destino. "A Rosetta é uma missão única pelo seu objetivo científico", avaliou Dordain, adicionando que "conhecer as nossas origens é a melhor maneira de conhecer o nosso futuro".

Lançada em março de 2004, a sonda teve que orbitar a Terra e Marte por quatro ocasiões, usando a força gravitacional dos planetas para se impulsionar de encontro ao cometa. A sonda entrou num período de hibernação de 31 meses assim que a luz solar se tornou fraca para os painéis solares que lhe fornecem energia.

A hibernação acabou em janeiro deste ano, quando a sonda iniciou uma série de manobras complicadas para acompanhar o cometa. A última manobra foi um pequeno disparo de aceleradores que durou seis minutos e 26 segundos e aconteceu hoje."Estes disparos vão iniciar uma série de trajetos triangulares ao longo do cometa", informou a AEE.

Imagem do cometa a partir da visão da espaçonave Rosetta, em sua chegada à trajetória do astro(foto: Europe Space Agency/Divulgação)
Imagem do cometa a partir da visão da espaçonave Rosetta, em sua chegada à trajetória do astro (foto: Europe Space Agency/Divulgação)


Esses trajetos triangulares irão posicionar a sonda a cerca de 100 quilômetros de distância do cometa, conta Sylvain Lodiot.

De acordo com astrofísicos, os cometas são formados por gelo e pó antigo que restou da construção inicial do sistema solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos. Esses objetos estelares são o material mais antigo e menos explorado da vizinhança espacial da Terra.

Os cientistas esperam que conhecer a composição química e física  dos cometas dê novas pistas sobre como os planetas se formaram após o Sol ter começado a brilhar.

(com Agência Brasil)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade