Está previsto para o final de 2014 o início da maior reforma que o jardim zoológico de Belo Horizonte já recebeu, desde sua criação em 1959. De acordo com diretor do zoo, Gladstone Corrêa, cerca de 30% dos abrigos dos animais serão ampliados e adaptados de acordo com a espécie. Separadas em duas fases, as obras têm custo de R$ 5 milhões.
A primeira etapa da reforma, orçada em R$ 1,170 milhão, deve começar com a ampliação do borboletário, a reestruturação da praça das aves e, finalmente, será modificada a praça dos mamíferos brasileiros. A previsão é que os trabalhos durem seis meses, mas fatores como o período de chuvas – que começa em setembro – e a fase de reprodução dos animais podem alterar o curso das obras.
O setor do zoológico que deve sofrer mais intervenções é a praça das aves. "O aspecto de prisão, de recintos todos iguais e monótonos, será extinto. Vai ser tudo demolido e refeito. Cada ambiente terá o tamanho adequado para o tipo de ave, e receberá plantas nativas do habitat da espécie”, explica o diretor. A atual estrutura física do abrigo dos pássaros foi construída em 1978, contempla 52 recintos e abriga 70 espécies nacionais e exóticas, muitas delas ameaçadas de extinção.
Os mutuns, ararajubas, arara-piranga, tucanos, harpias, turacos e muitas outras espécies vão para um tipo de "gaiolão", na parte interna do zoológico, durante as obras, e apenas funcionários têm acesso a esse local. "Era o meu sonho reformar o espaço das aves. Para se ter uma ideia, o abrigo em que os animais ficarão durante a reforma é maior do que toda a área em que vivem hoje", conta Gladstone Corrêa.
Estão previstas também a remoção dos lagos existentes e a construção de novos redutos aquíferos, a construção de banheiros e vestiários masculino e feminino, a retirada dos ninhos de madeira fixados na parede, a melhoria do sistema de ventilação da praça, a readequação geral da rede de esgoto e da rede hidráulica existentes.
Convivência
Já na praça dos mamíferos brasileiros, a novidade para o público será a possibilidade de ver a convivência de vários animais num mesmo ambiente. Os 18 recintos atuais, que ocupam uma área de 8.949 m², ganharão um espaço adicional, que será misto, e deve chegar a mais de 2,6 mil m².
De acordo com o diretor do zoológico, alguns animais devem continuar separados, devido à impossibilidade de convivência com outras espécies, mas indivíduos do cerrado, como capivara, anta e cotia, poderão viver juntos. "Esse animais não entram em conflito, são pacíficos. Isso será uma novidade para a gente e para os visitantes", afirma. Hoje, apenas espécies como ouriço, cotia e tamanduá compartilham um mesmo ambiente no zoo.
Na praça dos mamíferos também estão localizados o borboletário – que vai receberá a segunda etapa da reforma – e o recinto dos jabutis, jacarés e tartarugas.
A ampliação do viveiro ondem estão expostas as borboletas deverá passar de 100 para 250 m², e receberá, ainda, modificação em seu paisagismo e no circuito de visitação. Atualmente, o borboletário recebe a visita de cerca de 20 mil pessoas anualmente. Com a reforma, esse número deve chegar a 60 mil visitantes. "Assim que a obra começar, vamos aumentar a produção de lagartas no setor extra, para termos mais borboletas ocupando o novo espaço", diz Gladstone.
Segunda etapa
A construção de três recintos específicos para receber filhotes é o destaque na segunda fase das obras no zoológico de BH. Nesse momento estão previstas também diversas intervenções estruturais: construção de depósito, cozinha e banheiros; construção de rampa de acesso a portadores de necessidades especiais; recuperação de paredes internas da área de manobra (espaço restrito aos biólogos e tratadores de animais); substituição de portões; e reforma de quatro recintos, que abrigam espécies como ouriço-cacheiro, tamanduá-mirim e cutia, incluindo o corredor de acesso dos tratadores.
Ainda não há foi definida qual construtora será responsável pela execução das reformas do zoo da capital. Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, o processo de licitação está na fase de seleção das 10 empresas classificadas, para avaliação das propostas.
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CIDADE
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