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Estado de Minas RELIGIOSIDADE

Pequena Santa Maria do Suaçuí atrai turistas em busca de milagres

Conheça o cônego Lafayette da Costa Coelho, que trabalhou nessa cidade mineira e está em processo de beatificação no Vaticano


postado em 25/02/2015 13:05

Igreja matriz de Santa Maria do Suaçuí, a pequena cidade mineira em que viveu o cônego Lafayette da Costa Coelho, considerado santo por seus seguidores(foto: Panoramio/Gildazio Fernandes/Reprodução)
Igreja matriz de Santa Maria do Suaçuí, a pequena cidade mineira em que viveu o cônego Lafayette da Costa Coelho, considerado santo por seus seguidores (foto: Panoramio/Gildazio Fernandes/Reprodução)
O estado de saúde de Dona Maria, 60 anos, moradora de São João Evangelista, na região nordeste de Minas Gerais, era considerado terminal. Já não havia muitas esperanças, até que um dos médicos se lembrou do cônego Lafayette, que trabalhou como sacerdote por 44 anos em Santa Maria do Suaçuí, no Vale do Rio Doce, e ficou conhecido por operar milagres. Bastou a paciente recorrer ao religioso e, no dia seguinte, estava curada. A história contada pelo secretário municipal de educação de Santa Maria, Ruben Augusto Godinho, é apenas mais uma entre as várias que fazem da pequena cidade mineira um dos principais destinos do turismo religioso no estado.

Apesar de não ser tão conhecido no país, o cônego Lafayette da Costa Coelho, que morreu em 1961, mantém seu nome vivo e muito clamado pelos moradores de Santa Maria do Suaçuí. De acordo com o secretário Ruben Augusto, quando o religioso ainda era vivo, já exercia o dom da cura. "As pessoas que estavam muito doentes procuravam o cônego, e, ele, simplesmente dizia para elas se alimentarem. Quando voltavam para casa, já não tinham mais nada", conta.

Cinco anos após a morte do religioso, o padre Luiz Barroso – que assumiu a paróquia da cidade mineira em 1980 – começou a fazer reuniões em frente ao túmulo do cônego. Os encontros foram crescendo e ganhando novos adeptos. O município, que possui aproximadamente 15 mil habitantes, chega a quadriplicar esse número com a visita dos turistas. "Em 2013 recebemos 60 mil fiéis. A cidade custou a comportar, mas esse tipo de turismo é bom para Santa Maria, porque divulga o nome do município", destaca Ruben Augusto.

O processo de beatificação do cônego Lafayette da Costa Coelho já está em andamento no Vaticano, e o religioso já é considerado servo de Deus(foto: Conegolafayette.blogspot.com/Reprodução)
O processo de beatificação do cônego Lafayette da Costa Coelho já está em andamento no Vaticano, e o religioso já é considerado servo de Deus (foto: Conegolafayette.blogspot.com/Reprodução)
Os habitantes da cidade não abrem mão de chamar o cônego Lafayette de santo. Existe um processo de beatificação em andamento no Vaticano, entretanto o religioso ainda se encontra na categoria e venerável. Martha Lucieny Costa Araujo, membro da comissão divulgadora de beatificação do cônego Lafayette, está otimista. "A primeira etapa do processo foi realizada em 2000, quando o Vaticano reconheceu o cônego Lafayette como servo de Deus. Em 2009, os enviados de Roma vieram até Santa Maria e reconheceram os feitos do cônego. Agora, só depende deles. Acredito que dentro de cinco anos, se Deus quiser, ele será beatificado", destaca Martha. Ela não sabe precisar o número de milagres do religioso, mas considera bastante para que seja santificado.

Beatos mineiros

Cônego Lafayette não é o único exemplo de veneração em Minas Gerais. Francisca de Paula de Jesus, conhecida como Nhá Chica, natural de São João Del Rei, no Campo das Vertentes, recebeu em 2013 o título de beata pela Igreja Católica no Brasil. Analfabeta, ela não lia a bíblia, mas o amor ao próximo e a caridade a deixou conhecida como "mãe dos pobres". Filha de escrava, viveu a maior parte de sua vida em Baependi, no sul do estado, onde morreu em 1895. São inúmeros os relatos de cura por intercessão de Nhá Chica.

Outro religioso que ganhou fama nas terras mineiras foi Humberto Van Lieshout, popularmente chamado de Padre Eustáquio. Holandês, veio para o Brasil trabalhar, e costumava celebrar missas na capela Cristo Rei, localizada no atual bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte. Sua missão era atender pessoas na região e profetizar duas palavras: "saúde e paz". Ficou conhecido por promover curas e distribuir bênçãos pelos vários lugares por onde passou. Ele foi beatificado em 15 de junho de 2006, em cerimônia realizada no estádio Mineirão, na capital mineira.

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