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Estado de Minas COTIDIANO

Receita médica ilegível, o que fazer?

Presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais explica que primeiramente deve-se resolver o problema com o próprio profissional, antes de sair do consultório


postado em 13/03/2015 09:05 / atualizado em 13/03/2015 09:26

(foto: Caio Gomez/CB/D.A Press)
(foto: Caio Gomez/CB/D.A Press)
É provável que você já tenha saído de uma consulta médica sem entender a letra do especialista. Os clínicos, em geral, não capricham na caligrafia e deixam muitos pacientes confusos. Mas o que fazer se a receita estiver ilegível?

De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), cabe ao interessado resolver inicialmente com o médico e, em último caso, denunciar à instituição que regulamenta a profissão. O presidente do conselho, Itagiba de Castro Filho, reforça o repúdio às prescrições sem clareza. "O Código de Ética Médica estabelece que é vedado ao médico receitar, atestar ou emitir laudos de forma  ilegível", explica.

Além disso, a Lei 21.290, aprovada em 2014 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, determina que a população receba as receitas médicas digitadas ou em letra legível, com nome genérico das substâncias prescritas, sem a utilização de códigos ou abreviaturas. O otorrinolaringologista Marcelo Henrique de Oliveira não costuma ter problemas com a legibilidade da escrita. "Eu faço letra de forma para facilitar o entendimento dos pacientes. Em algumas situações até prefiro digitar", comenta.

O Código de Ética Médica, junto com a Lei 5.991/73 e a portaria 344/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçam que o os profissionais de Medicina são obrigados a fornecer informações claras sobre uso de medicamentos ou de procedimentos nas receitas para os pacientes. O otorrino Marcelo de Oliveira acredita que a letra feia pode ser até uma questão cultural. "Os alunos entram no curso com essa ideia de que letra de médico tem que ser feia, é uma concepção já enraizada na sociedade", afirma.

Apesar das medidas adotadas na tentativa de coibir as letras ruins, alguns profissionais insistem em não aprimorar a caligrafia. "Durante as sindicâncias do conselho, ainda é frequente a constatação de anotações ilegíveis no prontuário médico", completa o presidente do CRM-MG.

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