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Estado de Minas BEM-ESTAR

Tire suas dúvidas sobre gravidez após os 40 anos

Especialista esclarece quais são os riscos para as mulheres e bebê, quando elas decidem dar à luz após essa idade


postado em 22/05/2015 14:21 / atualizado em 22/05/2015 14:31

"Uma mulher com 40 anos tem chance de 50% de engravidar dentro de um ano, aos 43 anos esta chance cai para 1%", diz o especialista da Fiocruz (foto: Pixabay)
A gravidez para mulheres acima dos 40 anos, hoje, já não causa mais espanto. Aquelas que passaram dessa idade afloram o instinto maternal e sonham ainda mais com a possibilidade de serem mães.

A gravidez, em qualquer idade, possui vantagens e desvantagens, e não há como negar que as chances de engravidar após os 40 anos são muito menores: a reserva de óvulos diminui significativamente com a idade, e quando ficam mais velhos, são mais propensos a desenvolver problemas – aumentando o risco de aborto e anomalias no bebê. A mulher que sofra com pressão alta, diabetes ou outras doenças que agravam ainda o mais o risco da gestação.

Apesar disso, também existem benefícios em ter filho após os 40. Estudos demonstram que as mães mais velhas são, em geral, mais instruídas, têm carreiras profissionais mais consolidadas e são mais propensas a amamentar.  A partir de suas experiências de vida, são mais aptas a tomar decisões familiares mais saudáveis e inteligentes. O mais importante é conhecer os riscos e se preparar antes de engravidar neste período da vida.

Confira abaixo uma entrevista com Fernando Maia, gerente do Serviço de Medicina Fetal do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, que pertence à Fiocruz, que tira as principais dúvidas sobre o assunto:

É possível engravidar após 40 anos naturalmente, sem uso de métodos artificiais?
Sim, é possível, mas devemos observar alguns fatos importantes. Uma mulher com 40 anos tem chance de 50% de engravidar dentro de um ano, aos 43 anos esta chance cai para 1%. Depois de 45 anos, fica quase impossível engravidar a partir dos seus próprios óvulos.

Quais os exames necessários a mulher saber se poderá engravidar?
Existem muitos exames disponíveis, mas o hormônio anti-mülleriano [geralmente associado à ultrassonografia transvaginal] é considerado o marcador mais promissor para a avaliação da reserva ovariana. Entretanto, a avaliação do potencial reprodutivo de uma mulher não é muito fidedigno.

Segundo o especialista da Fiocruz, a gestação após os 40 anos pode gerar diversos riscos aos bebês, como aborto espontâneo, síndrome de Down, macrossomia e anomalias placentárias(foto: Tuasaude.com/Reprodução)
Segundo o especialista da Fiocruz, a gestação após os 40 anos pode gerar diversos riscos aos bebês, como aborto espontâneo, síndrome de Down, macrossomia e anomalias placentárias (foto: Tuasaude.com/Reprodução)


A gravidez nessa idade é considerada de risco?
Sim, uma gestação de mulher acima de 40 anos é sempre considerada de alto risco. Essas pacientes são mais propensas às doenças pré-existentes, que complicam a gestação como obesidade, hipertensão arterial, doenças da tireóide, diabetes etc. Possuem, ainda, maiores riscos inerentes à gestação, como aborto espontâneo, síndrome de Down, diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, parto prematuro, macrossomia, anomalias placentárias, gestação múltipla, natimortalidade e crescimento intra-uterino restrito.

Os cuidados que a mulher deve ter ao engravidar após os 40 anos são os mesmos das mais novas?
Não, existem especificidades. Aconselhamos a paciente a fazer uma consulta periconcepcional. A programação é essencial. Algumas dicas são importantes para diminuir a probabilidade de complicações, caso exista qualquer condição médica pré-existente. Discuta a gravidez com o seu médico para descobrir se a doença está controlada e como a gravidez pode afetar sua condição de saúde. Tome ácido fólico três meses antes de engravidar para ajudar a prevenir alguns defeitos congênitos. Inicie o pré-natal o mais precocemente possível. A gestante deve buscar informação sobre o aumento do risco de doenças genéticas, malformações e outras complicações gestacionais. Por fim, é importante procurar informações sobre os testes que ela poderá fazer durante a gravidez para identificar estas complicações.

(com Ascom IFF/Fiocruz)

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