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Estado de Minas COMPORTAMENTO

"Eles são duplamente discriminados"

Especialista diz que existe ex-gay e que sociedade não sabe tratar as pessoas que deixam de ser homossexuais


postado em 24/06/2015 16:56

O pastor Joide Pinto Miranda segura cartaz com foto da época em que era travesti:
O pastor Joide Pinto Miranda segura cartaz com foto da época em que era travesti: "Na verdade, eu nunca fui gay", diz (foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados/Divulgação)
A psicóloga Marisa Lobo, especialista em Saúde Mental e Filosofia de Direitos Humanos, defende a existência de ex-homossexuais. "Eles são duplamente discriminados, porque quando eram homossexuais tinham discriminação em sua família e na sociedade, e, agora, também nos grupos em que viviam", conta a especialista, em audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que foi requisitada pelo deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP), para ouvir o depoimento de pessoas que afirmam ter deixado de ser gays e discutir os problemas que eles enfrentam na sociedade.

Segundo Marisa Lobo, os programas de televisão ridicularizam os ex-homossexuais porque não sabem como eles são por dentro. "Essas pessoas são seres humanos e devem ser respeitadas. Vamos começar agora um movimento de respeito, você pode ser o que quiser ser, na sua orientação e opção", diz a pscióloga.

Histórias

Quatro pessoas que sofreram abusos na infância e adolescência contaram suas histórias de como tiveram relacionamentos homossexuais e depois se casaram com pessoas do sexo oposto. Ao longo dos depoimentos, todos afirmaram que não eram realmente homossexuais, mas heterossexuais que tiveram relacionamentos com pessoas do mesmo sexo.

O pastor, conferencista e escritor Joide Pinto Miranda afirma que sofreu abuso dos 6 aos 7 anos de idade, mas, o que o fez começar a ter relacionamentos homossexuais, teria sido a ausência paterna. "Aos seis anos, fui abusado por um advogado, tentei contar para o meu pai, mas ele não tinha tempo para mim", conta. Ele diz que saiu de casa aos 12 anos e foi atuar como travesti, primeiro em São Paulo, e depois na Europa. Por um pedido da mãe, voltou ao Brasil e deixou a profissão. "Nunca fui doente quando era homossexual, mas tinha a alma dilacerada. Na verdade, eu nunca fui gay. Nasci hétero, mas a vida me levou para esse caminho", completa Joide.

A estudante de Psicologia Raquel Guimarães conta que foi abusada dos 8 aos 15 anos e, aos 11 anos, começou a sentir o desejo por mulheres. "Passei a rejeitar a imagem de homem. Não me sentia bem e não conseguia ver um futuro feliz ao lado de um homem", afirma.

(com Agência Câmara)

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