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Estado de Minas INTERNACIONAL

Primeiro-ministro de Israel diz que palestinos sugeriram o genocídio judeu na II Guerra Mundial

Segundo Benjamin Netanyahu, Adolph Hitler não queria matar os judeus, mas teria sido levado à solução final pelo grão-mufti palestino Haj Amin al-Husseini, em 1941


postado em 22/10/2015 09:22 / atualizado em 22/10/2015 10:15

Benjamin Netanyahu causou polêmica no mundo, na quarta, dia 21 de outubro, ao dizer que o holocausto nazista teria sido induzido pelos palestinos(foto: Haim Zach/GPO/Divulgação)
Benjamin Netanyahu causou polêmica no mundo, na quarta, dia 21 de outubro, ao dizer que o holocausto nazista teria sido induzido pelos palestinos (foto: Haim Zach/GPO/Divulgação)
Se não bastasse o triste e infindável conflito entre judeus e palestinos no Oriente Médio, o líder israelense Benjamin Netanyahu, em pronunciamento feito no 37º Congresso Sionista Mundial, em Jerusalém, no dia 21 de outubro, acabou jogando ainda mais "lenha na fogueira". O primeiro-ministro de Israel disse, ao comentar as recentes ondas de violência na região da  Cisjordânia, que a raiva dos palestinos contra os hebreus não é nova, e vem desde a Segunda Guerra Mundial, quando o grão-mufti Haj Amin al-Husseini, em encontro com Adolph Hitler, teria recomendado ao líder nazista que optasse pelo genocídio dos judeus.

"Hitler não queria exterminar os judeus naquele momento, ele queria expulsá-los. E Haj Amin al-Husseini foi até Hitler e disse: 'se você expulsá-los, eles virão todos aqui à Palestina'. Então, Hitler perguntou que deveria fazer com eles, e o grão-mufti teria respondido: 'queime-os'", diz Benjamin Netanyahu. As palavras do líder israelense logo geraram discussão e revolta em todo o mundo.

O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina, Saeb Erekat, em nota enviada à imprensa, no mesmo dia do pronunciamento de Netanyahu, critica veemente as declarações do israelense e diz que são "moralmente indefensáveis e incendiárias".

Quem também veio a público desmentir as declarações do primeiro-ministro de Israel foi a chanceler alemã Angela Merkel. "A responsabilidade pela 'shoah' [holocausto] é da Alemanha", diz a governante, que, curiosamente, estava ao lado de Benjamin Netanyahu, que estava em visita oficial à Alemanha. Merkel fez questão de deixar claro que "não se deve alterar a visão da história".

Em 1941, o grão-mufti palestino Haj Amin al-Husseini se encontrou com Adolph Hitler em Berlim(foto: YouTube/Reprodução)
Em 1941, o grão-mufti palestino Haj Amin al-Husseini se encontrou com Adolph Hitler em Berlim (foto: YouTube/Reprodução)


Sem comprovação

A fala do líder israelense faz referência ao encontro entre Adolph Hitler e o grão-mufti palestino Haj Amin al-Husseini, em 1941. Apesar disso ser um fato histórico, nenhum pesquisador conseguiu comprovar, até hoje, que o muçulmano teria induzido o comandante nazista a optar pela solução final contra os judeus, após esse encontro em Berlim.

A ideia de que Husseini teria um importante papel no holocausto surgiu, primeiramente, no livro de Barry Rubin e Wolfgang G. Schwanitz, intitulado Nazis, Islamists, and the Making of the Modern Middle East (Nazistas, Islâmicos e a construção do Oriente Médio Atual, em tradução livre). Os autores, assim como Netanyahu, criaram uma ligação entre o suposto apoio do grão-mufti às ações de extermínio de Hitler e a política considerada violenta da Organização para a Libertação da Palestina sob o comando de Yasser Arafat.

Assista abaixo a um vídeo que mostra o encontro entre Hitler e Hussein:

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