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Estado de Minas SAÚDE

Será que a Aspirina pode mesmo prevenir o câncer?

Um estudo que está sendo desenvolvido na Grã-Bretanha quer saber se o ácido acetilsalicílico é mesmo capaz de proteger o organismo dessa grave doença


postado em 26/10/2015 13:51

Oncologista diz que ainda é cedo para saber se existe alguma relação entre o uso da Aspirina e a prevenção do câncer(foto: Marmorinforma.mx/Reprodução)
Oncologista diz que ainda é cedo para saber se existe alguma relação entre o uso da Aspirina e a prevenção do câncer (foto: Marmorinforma.mx/Reprodução)
Já imaginou se a Aspirina pudesse ser usada para prevenção do câncer? É justamente essa tese que o serviço público de saúde da Grã-Bretanha quer testar em pacientes que já tiveram a doença. Cerca de 11 mil pessoas que foram vítimas do tumor no intestino, na mama, na próstata, no estômago e no esôfago participarão do estudo.

A análise é financiada pelo NIHR, o setor de pesquisas do serviço público de saúde britânico, e pela instituição de caridade Cancer Research UK. Os especialistas vão dividir os pacientes em três grupos. O primeiro vai receber placebo, o segundo será submetido a uma dose baixa de Aspirina, e o terceiro consumirá uma quantidade maior. Depois, os pesquisadores vão comparar os resultados.

Os idealizadores da pesquisa terão recurso para desenvolver os testes até 2025. Até lá, a metodologia será realizada em diversos centros de saúde espalhados pela Grã-Bretanha e deve envolver pacientes que estão ou que estiveram em tratamento para o câncer em estágio inicial.

Faz sentido?

O médico Gustavo Lopes, presidente da Sociedade Mineira de Oncologia, explica porque a Aspirina pode estar relacionada à prevenção da enfermidade: "Vários estudos sugerem que alguns tipos de câncer estão relacionados a uma alteração inflamatória no organismo. E a Aspirina tem uma ação anti-inflamatória. Teoricamente, existe uma premissa de que possa surtir efeito".

No entanto, o oncologista alerta que a Aspirina pode provocar alguns efeitos negativos, como hemorragias e alterações gástricas. Além disso, ele lembra que o estudo britânico só deve ser concluído por volta de 2025, portanto, ainda é preciso cautela.

"Hoje, não existe indicação nenhuma para o médico fazer essa prescrição de prevenção do câncer com o uso de Aspirina. É importante que o medicamento seja testado ao longo desses anos para não colocar o paciente em situação de risco ou ser mais um método 'fútil'", destaca Gustavo.

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