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Estado de Minas BEM-ESTAR

Já ouviu falar na síndrome que transforma uma pessoa em 'zumbi'?

Parece até coisa de série de TV, mas existe um problema psicológico que faz com que algumas pessoas ajam como se estivessem mortas


postado em 20/11/2015 10:18

Quando se fala em 'zumbi' da vida real, não se trata do temido personagem de séries de TV, e sim, de pessoas que sofrem com a Síndrome de Cotard(foto: AMC/Reprodução)
Quando se fala em 'zumbi' da vida real, não se trata do temido personagem de séries de TV, e sim, de pessoas que sofrem com a Síndrome de Cotard (foto: AMC/Reprodução)
Na era das séries The Walking Dead e Z Nation, os zumbis se tornaram mais populares do que nunca. E para um seleto grupo de pessoas, estar na condição de "morto-vivo" não se limita à ficção – pelo menos em termos neurológicos. Vítimas da Síndrome de Cotard pensam que estão mortas e negam até que parentes estejam vivos. A condição é extremamente rara e foi oficialmente descrita em 1880 pelo neurologista francês Jules Cotard.

Segundo o médico Paulo Repsold, diretor da Associação Mineira de Psiquiatria, o fenômeno, também conhecido como "síndrome do cadáver ambulante", é consequência de uma depressão gravíssima. "É uma condição psicótica, delirante e alucinatória", define o especialista.

A pessoa pode achar que está sem sangue e que os órgãos internos estão necrosados. Em casos mais graves, ela pode até negar sua própria existência, bem como a de outras pessoas.

No entanto, o psiquiatra ressalta que, atualmente, é muito difícil uma pessoa chegar a esse quadro. "Os doentes mentais começam a tomar medicação rapidamente, o que leva à melhora e não deixa o problema evoluir. É igual à lepra. Ao notar uma mancha na pele, a pessoa vai ao médico e é diagnosticada rapidamente. Na psiquiatria, o princípio é o mesmo", destaca o médico.

O tratamento é feito com o uso de antidepressivos. O paciente não precisa, necessariamente, ser internado. "Às vezes, a pessoa é levada a uma clínica porque ela precisa tomar soro, se alimentar. Como existe a sensação de que já morreu, o paciente não quer fazer mais nada. O fato dele ser internado não significa que corre risco de matar alguém, por exemplo", ressalta Paulo Rpsold.

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