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Estado de Minas ARQUEOLOGIA

Arqueólogos tchecos encontram barco de 4,5 mil anos no Egito

Cientistas ainda não sabem o significado desse achado no sítio arqueológico de Abusir


postado em 17/02/2016 15:17 / atualizado em 17/02/2016 16:54

O barco (detalhe) foi encontrado no sítio arqueológico da necrópole de Abusir, a 25 km ao sul do Cairo, capital do Egito(foto: Charles University/Reprodução)
O barco (detalhe) foi encontrado no sítio arqueológico da necrópole de Abusir, a 25 km ao sul do Cairo, capital do Egito (foto: Charles University/Reprodução)
Durante as escavações na necrópole de Abusir, sítio arqueológico situado nas proximidades do rio Nilo, a 25 km ao sul do Cairo, realizadas no final de 2015, arqueólogos da Universidade Charles, da cidade de Praga, capital da República Tcheca, encontraram um barco de 4,5 mil anos e com 18 m de comprimento.

As escavações em Abusir se iniciaram em 2009 e ficaram famosas no mundo todo por terem levado à descoberta da tumba da rainha Khentkaus III, que pertencia à 5ª Dinastia no Egito Antigo, e que teria governado por volta do ano 525 a.C. Curiosamente, ela era uma desconhecida na história egípcia até seu mausoléu ter sido escavado. Em relação ao barco achado nessa mesma necrópole, ele está intrigando os cientistas, já que não existem relatos de objetos desse tipo serem enterrados ao lado de reis e rainhas nessa dinastia. Os arqueólogos tchecos sugerem que a embarcação tenha sido colocada nesse local como homenagem a uma família nobre.

"De fato, é muito incomum achar barcos desse tamanho e forma em áreas desse período, que eram reservadas apenas aos membros da alta sociedade, normalmente pertencentes à família real", diz Miroslav Bárta, diretor da missão arqueológica, em entrevista ao site da empresa italiana  de documentação visual Laboratorio Rosso.

Ainda não se sabe o significado de enterrar barcos ao lado das tumbas, mas os cientistas da Universidade Charles acreditam que tenha relação com a vida após a morte. Eles poderiam ser usados como as simbólicas embarcações solares, que, segundo a crença egípcia antiga, serviam para o morto chegar até o submundo.

Durante o chamado Reinado Antigo do Egito, que durou de 2.686 a.C. até 2.181 a.C., havia, sim, a tradição de enterrar barcos dentro das pirâmides dedicadas aos reis e rainhas. Mas, até a recente descoberta no sítio arqueológico em Abusir, nunca foi encontrada uma embarcação com uma dimensão dessas, ainda mais sem estar ligada às cerimônias fúnebres reais.

"Essa é, de todas as formas, uma descoberta incrível. A escavação minuciosa e os registros do barco em Abusir contribuirão de forma considerável para o entendimento das embarcações egípcias antigas, bem como para o papel delas no culto fúnebre. Onde há um barco, podem existir muitos outros", completa o arqueólogo Miroslav Bárta.

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