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Estado de Minas ASTRONOMIA

Pesquisa espacial pode parar daqui a 20 anos devido a detritos, sabia?

Segundo especialista russo, o grande segredo é descobrir como eliminar o lixo espacial sem atrapalhar os satélites ativos


postado em 16/02/2016 14:53 / atualizado em 16/02/2016 16:26

Entre os milhares de satélites que circulam na órbita da Terra, existem 750 milhões de detritos de apenas 1 mm(foto: Nasa.gov/Reprodução)
Entre os milhares de satélites que circulam na órbita da Terra, existem 750 milhões de detritos de apenas 1 mm (foto: Nasa.gov/Reprodução)
"A órbita da Terra está tão poluída que não poderemos avançar mais no espaço. Os detritos espaciais se movem a velocidades de alguns milhares de km/h, e possuem uma força colossal. Com essa velocidade, um grão de areia adquire a força de um projétil", diz Boris Shustov, diretor do Instituto Russo de Astronomia. Segundo o especialista, por causa do grande volume de lixo espacial, os países que desenvolvem programas espaciais poderão ser privados do acesso ao espaço daqui a 10 ou 20 anos.

Dados obtidos por cientistas russos mostram que existem cerca de 750 milhões de detritos menores de 1 mm girando na órbita da Terra. O grande problema para os especialistas em astronomia é desenvolver um método para eliminar esse lixo espacial sem afetar os mais de mil satélites em atividade – existem outros 2,6 mil inativos, que também se transformaram em "entulho".

Uma opção que vem sendo pensada por grupos de pesquisadores para acabar com os detritos espaciais é o uso de armamento nuclear. "Mas, isso é um absurdo e não é necessário. É o mesmo que jogar um copo de água num incêndio. Por isso, os cientistas elaboram novos métodos de captura do lixo espacial com uma rede ou até por meio de laser", comenta Boris Shustov. Ele lembra ainda que existem projetos para retirada do lixo espacial por meio de rebocadores ou mesmo por sistemas de cabos eletromagnéticos, que atrairiam os destroços.

Esses métodos para "limpar" a órbita da Terra esbarram em três problemas, segundo Shustov: demandam engenharia muito especializada; causam insegurança para os satélites ativos; e, juridicamente, muitos objetos que voam ao redor do planeta ainda têm "donos" e não podem ser eliminados.

Enquanto não se resolve essa questão, ela vai se agravando, já que pedaços maiores acabam se chocando contra outros, menores, gerando ainda mais material em suspensão no espaço.

(com Agência Sputnik)

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