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Estado de Minas HISTÓRIA

Coco Chanel teria sido uma espiã nazista?

Documento divulgado na França associa a famosa estilista ao regime de Hitler


postado em 18/03/2016 11:32 / atualizado em 18/03/2016 13:28

Apesar de ter sido acusada de apoiar o regime nazista de Adolf Hitler, a estilista francesa Coco Chanel negou todas as acusações(foto: Rex Features/Everett Collection/Reprodução)
Apesar de ter sido acusada de apoiar o regime nazista de Adolf Hitler, a estilista francesa Coco Chanel negou todas as acusações (foto: Rex Features/Everett Collection/Reprodução)
Historiadores franceses divulgaram na quarta, dia 16 de março, documentos secretos da Segunda Guerra Mundial que mostram operações realizadas de forma oculta por espiões nazistas, pela resistência francesa e pelo "governo" do general Charles de Gaulle, dentro da França. O que chama a atenção no material, que estava escondido no castelo de Vincennes, situado na região leste de Paris, é que muitas celebridades da época estariam associadas ao regime de Adolf Hitler, como a estilista Gabrielle "Coco" Chanel, fundadora de uma das mais prestigiadas marcas da alta costura mundial.
Segundo uma carta escrita em novembro de 1944 pelo comandante Pailique, e direcionada ao também comandante Nudderidge, Coco Chanel pode ter atuado como espiã nazista. "Uma fonte em Madri nos informou que a madame Chanel, entre 1942 e 1943, era amante do agente nazista barão Guenter von Dinklage. Dinklage chegou a trabalhar como adido da embaixada da Alemanha [em Paris] em 1935. Ele trabalhou como propagandista e nós suspeitamos que ele é um agente alemão", diz o documento que vincula o nome da célebre estilista ao regime fascista.

Segundo o historiador francês Frederic Queguineur, que comanda o grupo que analisa os documentos "secretos", esse arquivo mostra que Coco Chanel teria relações com o grupo de inteligência nazista Abwehr, situado na França. "Do ponto de vista alemão, eles a registraram, então, isso significa que ela tinha potencial para ser fonte de informação, ou ser usada em missões, enfim, trabalhar para eles. Mas, do ponto de vista dela, não sabemos se realmente estava ciente disso", diz Queguineur, em entrevista à agência de notícias AP.

Como é sabido, a estilista, criadora do famoso perfume Nº 5, foi oficialmente acusada de ter relações com o nazismo, e precisou fugir do território francês, passando a residir na Suíça – país considerado neutro durante a Segunda Guerra. Mas, ela também tinha apoiadores importantes, como o primeiro-ministro inglês da época, Winston Churchill, que chegou a oferecer a Chanel um "asilo político" na embaixada inglesa em Paris.

A estilista só foi ouvida pela justiça francesa em 1949, quando foi acusada de vários crimes de guerra. Obviamente, ela negou tudo. Em meio a essa "crise", sua maison (inaugurada em 1921) ficou inativa por 15 anos, retomando a produção de moda apenas em 1954.

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