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Estado de Minas BEM-ESTAR

'Colar' identifica sons dos alimentos e pode ajudar nas dietas

O acessório é provido de um microfone que captura o som da mastigação e ajuda no reconhecimento do alimento ingerido


postado em 27/04/2016 11:01 / atualizado em 27/04/2016 12:22

O AutoDietary, uma espécie de
O AutoDietary, uma espécie de "colar", criado pelo cientista Wenyao Xu, é capaz de reconhecer vários alimentos que estão sendo ingeridos, usando apenas o som da mastigação (foto: University at Buffalo/Divulgação)
Cenoura, maçã, biscoito, amendoim, não são apenas alimentos diferentes, com qualidades distintas, mas também produzem sons únicos quando são mastigados. Apesar de parecer estranho se preocupar com a sonoridade de um alimento mastigado, essa informação está sendo usada por uma pesquisa americana para criar um "colar" que poderá ajudar na manutenção de dietas, apenas "ouvindo" o que a pessoa está comendo.

Para isso, o cientista computacional Wenyao Xu está produzindo um catálogo de sons de alimentos sendo mordidos, mastigados e engolidos. A pesquisa, que vem sendo realizada pela Universidade de Búfalo, no estado de Nova Iorque (EUA), foi publicada em fevereiro deste ano no periódico científico IEEE Sensors Journal. O diferencial do estudo é que os áudios servem de base para um sistema, capaz de reconhecer o alimento que está sendo ingerido por uma pessoa, por meio do acessório chamado AutoDietary, uma espécie de "colar" com microfone – está sendo desenvolvido em parceria com a Universidade do Nordeste da China. Após a detecção do som, a informação é transferida, usando bluetooth, para um aparelho celular, que detém um aplicativo específico, criado por Wenyao Xu. Com isso, é possível ter noção da dieta ou rotina alimentar diária do usuário, incluindo a ingestão de líquidos.
O AutoDietary transfere os dados do reconhecimento do alimento para um aplicativo de celular, que mostra a dieta do usuário. Isso poderá ajudar pessoas que sofrem de problemas como diabetes(foto: University at Buffalo/Divulgação)
O AutoDietary transfere os dados do reconhecimento do alimento para um aplicativo de celular, que mostra a dieta do usuário. Isso poderá ajudar pessoas que sofrem de problemas como diabetes (foto: University at Buffalo/Divulgação)

A pesquisa que associou o produto consumido ao respectivo som foi feita com 12 voluntários, de idades variadas. Eles beberam água e comeram seis tipos de alimentos: maçã, cenoura, batata chips, cookie, amendoim e nozes. O AutoDietary foi capaz de reconhecer corretamente 85% dos produtos que foram consumidos pelos voluntários.

"Cada alimento, conforme é mastigado, tem sua própria 'voz'", diz Xu, em entrevista ao site oficial da Universidade de Búfalo. Ele acredita que, um dia, com o aperfeiçoamento do aparelho, o AutoDietary poderá ajudar no controle do diabetes, da obesidade e de distúrbios alimentares, justamente por permitir o monitoramento do que está sendo ingerido.

Por enquanto, o "colar" criado pelo cientista computacional possui sérias limitações, que o tornam incapaz de diferenciar o som de alimentos mais complexos, como sopa e pizza, e também de produtos com texturas parecidas, como sorvete e mingau.

Abaixo, você pode conferir os sons produzidos pelo consumo de cookies e de amendoins:

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