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Estado de Minas INTERNET

Professora mineira faz desabafo no Facebook e vira notícia na internet

A educadora se sensibilizou com a explicação de um aluno que não fez um desenho de Dia das Mães


postado em 06/05/2016 08:25 / atualizado em 06/05/2016 14:12

Na mensagem publicada no Facebook, a professora que trabalha em Ipatinga (MG) se diz triste por seu aluno não ter uma relação de afeto com a mãe(foto: Facebook/Marcia Moraes/Reprodução)
Na mensagem publicada no Facebook, a professora que trabalha em Ipatinga (MG) se diz triste por seu aluno não ter uma relação de afeto com a mãe (foto: Facebook/Marcia Moraes/Reprodução)
Uma publicação no Facebook, feita pela professora mineira Márcia Moraes, que trabalha na cidade de Ipatinga - localizada no Vale do Aço -, está se espalhando pela rede social. No texto, que já foi compartilhado mais de 105 mil vezes e recebeu quase 500 mil curtidas, a educadora narra um fato ocorrido em sala de aula. Ela pediu aos alunos que fizessem um desenho para o Dia das Mães, mas acabou virando uma questão comportamental.

De acordo com o post da professora, uma das crianças se recusou a fazer a atividade em homenagem às mães. Ao ser questionado, o garoto explicou à Márcia Moraes que não faria o desenho porque, na última vez em que tentou entregar algo assim para sua mãe, ela recusou, dizendo que não queria mais papel e que os trabalhos estavam enchendo a casa de "lixo".

Ainda segundo a educadora, um outro aluno a confidenciou que a criança que se negou a fazer a atividade desejava que ela fosse sua mãe.

Entendendo o caso

Segundo a psicóloga infanto-juvenil Érica Frois, o "desabafo" feito pela professora denota uma falha no modelo pedagógico de boa parte das escolas. "O ideal seria que os educadores trabalhassem com uma ideia diferente de família, mais adequada à realidade atual. É comum que a figura da mãe, por exemplo, seja, para a criança, os tios ou, até mesmo, os avós", explica a especialista.

A psicóloga lembra que a figura da família "tradicional" formada por pai, mãe e filhos é ultrapassada do ponto de vista pedagógico. Um exemplo disso, segundo Érica Frois, é que, normalmente, os pais, sobretudo as mães, são as figuras mais requisitadas pelas escolas para participarem de reuniões e eventos, mas, geralmente, não podem comparecer ou acompanhar a situação dos filhos por motivos relacionados ao trabalho.

Logo, de acordo com a psicóloga, o modelo escolar precisa ser repensado de forma que a figura da mãe, principalmente, não seja sobrecarregada. "As escolas podem propor atividades direcionadas para toda a família, sem especificar pai e mãe. Isso deixa os alunos à vontade para entregar uma homenagem ou convidar para um evento escolar a pessoa com a qual eles mais se identificam", sugere Érica Frois.

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