
O responsável pelas escavações, professor Paulo Zanettini, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, conta que os vestígios são ligados a grupos de caçadores que habitavam a região em razão da riqueza do solo e da hidrografia. Foram encontrados no local, objetos feitos de pedra, como pontas de lança, com alto grau de preservação, e que indicam a existência de uma oficina de ferramentas nas áreas das escavações.
"Foram 14 sítios arqueológicos identificados, e que são bastante diversos. Cada um traz um componente importante sobre os grupos que habitavam essa região do interior do país. Eram caçadores, coletores, que se valeram dessa localização extremamente privilegiada, em termos de solo, hidrografia e com condições de moradia, como grutas e tocas", esclarece Zanettini.
Ele lembra que a descoberta é importante para ajudar nas teorias relacionadas ao processo de ocupação do território americano. "Seria o período mais extenso da história brasileira aquela vivenciada por esses grupos que ocuparam nosso território há mais de 10, 20, 40 mil anos. Essa história só pode ser resgatada por meio da atividade de pesquisa arqueológica", conta o professor da USP.

(com Rádio USP)