O "dinossauro nordestino" era herbívoro, ou seja, apenas alimentava-se de vegetais. O animal teria vivido no período Cretáceo, entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás, e, pelo que foi verificado, tinha apenas entre 1,4 m e 1,6 m de altura (até o quadril) e somente entre 5m e 5,7m de comprimento. No entanto, estima-se que ele poderia ser até 50% maior, considerando que era uma análise histológica, das células fósseis do animal, foi realizada na Universidade do Cabo, na África do Sul e revelou tratar-se de um indivíduo "adolescente", morto antes de ter desenvolvimento completo.
Apesar de tratar-se de uma nova espécie, o animal foi apelidado de Sousatitan – "o titã de Sousa" –, mas ainda não recebeu nome científico, por não haver material suficiente para descrevê-lo cientificamente, logo, batizá-lo com o tradicional nome em latim. "Essa foi a primeira vez que encontramos mais do que pegadas desses grandes animais. Os grandes sítios paleontológicos do Brasil ficam em Sousa [PB] e Araraquara/São Carlos [SP], mas, em ambos, apenas eram encontradas pegadas, graças às condições geológicas da região, onde normalmente se preserva um, não se preserva o outro", explica a paleontóloga da UFPE Aline Ghilardi, da equipe que identificou o titanossauro brasileiro. "Estudamos a região há 30 anos e este é o 'cálice sagrado' da paleontologia. Sempre quisemos encontrar os ossos. Pela primeira vez, identificamos os produtores dessas pegadas", explica, sobre a relevância internacional do estudo.
Esta seria a primeira informação precisa de dinossauros que habitaram o nordeste brasileiro no Cretáceo. A descoberta foi publicada pelo canal Colecionadores de Ossos, no YouTube, veículo voltado à publicação de informações paleontológicas produzido pelos próprios paleontólogos da UFPE, Ghilardi e Tito Aureliano. Este também o registo mais antigo na porção central do Gondwana, o supercontinente que compreendia o que hoje é a América do Sul, a África, a Oceania e a Antártica, todos unidos há 150 milhões de anos.
O osso que permitiu a pesquisa foi descoberto pelo morador Luiz carlos Gomes, em 2014, que publicou uma foto do material na internet. A equipe fez o resgate do fóssil e publicou artigo científico na revista Cretaceous Research. O material seguiu, em junho de 2016, ao parque de Sousa, onde ficará em exposição.
Saiba mais sobre a descoberta no vídeo do canal Colecionadores de Ossos no YouTube: