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Estado de Minas CURIOSIDADE

Será que pisar num prego enferrujado pode causar tétano?

Entenda se essa 'crendice' popular tem mesmo fundamento


postado em 13/07/2016 08:18

Como mostra o especialista, a bactéria causadora do tétano vive no ambiente e pode infectar uma pessoa por meio de ferimentos mais profundos, independente de ser um prego enferrujado(foto: Pixabay)
Como mostra o especialista, a bactéria causadora do tétano vive no ambiente e pode infectar uma pessoa por meio de ferimentos mais profundos, independente de ser um prego enferrujado (foto: Pixabay)
Já diziam nossos pais e avós: "se pisar no prego vai 'pegar' tétano". Se o metal estiver enferrujado, o risco é ainda maior. Mito ou verdade? O alerta não deve ser totalmente descartado, mas, também, não pode ser levado ao pé da letra. Segundo o infectologista Carlos Alessandro Pla Bento, o fato de um metal estar oxidado não muda em nada o risco de contaminação pela bactéria Clostridium tetani – causadora do tétano. O problema é a perfuração da pele, que pode abrir caminho para a entrada dos esporos do micro-organismo. Portanto, o risco de ser infectado é o mesmo seja por um corte com prego ou espinho.

O tétano é uma doença com elevada taxa de mortalidade, mas que pode ser facilmente prevenida por meio da vacinação. As bactérias que causam o problema vivem habitualmente no solo, em objetos ao ar livre, plantas e fezes de mamíferos. "Elas têm a capacidade de se transformar em esporos, podendo sobreviver sem depender de um ser vivo, esperando o momento de entrar em nosso organismo", explica o infectologista.

Toda vez que sofremos um corte, nossos tecidos ficam expostos à contaminação por esse tipo de micro-organismo. A bactéria é mais ativa em locais de pouco oxigênio, por isso, quanto mais profundo for o ferimento, maior é o risco de contrair tétano. A doença pode ser causada até mesmo por uma frieira, conforme explica Carlos Alessandro.

Prevenção

A vacinação contra o tétano começa antes do primeiro ano de vida, com três doses da vacina tríplice, que imuniza contra o tétano, a coqueluche e a difteria. A criança volta a receber outra dose aos cinco anos de idade. Depois a imunização acontece a cada 10 anos, pelo resto da vida.

Em caso de ferida na pele, é importante confirmar a data da última dose da vacina. Se for um corte pequeno, a imunização nos últimos 10 anos é suficiente. Em caso de perfurações mais profundas, a pessoa precisa ter sido vacinada, pelo menos, nos últimos cinco anos.

Doença rara

Segundo dados do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, no Brasil ocorrem cerca de mil casos de tétano a cada ano. A doença afeta os nervos e causa contrações musculares doloridas, especialmente na mandíbula e no pescoço. Isso pode comprometer a capacidade de respiração, chegando a causar morte. Não há cura. O tratamento é para amenizar os sintomas.

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