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Estado de Minas CURIOSIDADE

Artista plástica australiana enxerga 100 vezes mais cores do que a maioria das pessoas?

Concetta Antico é tetracromata, ou seja, possui um cone de percepção de cor a mais do que uma pessoa comum


postado em 19/08/2016 08:24

A artista plástica australiana Concetta Antico é tetracromata, ou seja, possui uma condição genética rara que a faz enxergar muito mais tonalidades de cores do que as pessoas
A artista plástica australiana Concetta Antico é tetracromata, ou seja, possui uma condição genética rara que a faz enxergar muito mais tonalidades de cores do que as pessoas "comuns" (foto: Boyd Harris/Concettaantico.com/Reprodução)
A mesma pedrinha que aos nossos olhos parece ter um tom acinzentado pode ser brilhante como uma estrela para a artista plástica australiana Concetta Antico, tamanho o espectro de tons distintos que ela consegue enxergar. Há alguns anos, a pintora descobriu ter uma mutação genética que a possibilita ver mais cores do que outras pessoas. Esta condição é rara, de difícil identificação e chamada de tetracromatismo. Segundo o site Popular Science, especializado em notícias científicas, ela é capaz de enxergar 100 vezes mais do que as pessoas "normais".

Antico possui essa aplitude visual extraordinária graças a uma rara diferença na maneira como os olhos são formados. Como mostra a oftalmologista Luciana Carvalhais de Carvalho, as pessoas comuns possuem três tipos de células na retina, denominados cones, que são responsáveis pela percepção das cores. A maioria da população, portanto, é tricromática (enxerga a mistura de verde, vermelho e azul). Em alguns casos, porém, acontece uma mutação no cromossomo X, formando, assim, quatro tipos de cones, o que possibilita a percepção de outras milhares de tonalidades. Daí a classificação da artista como tetracromata.

"Fala-se em tons amarelados, um pouco alaranjados. Mas, não sabemos exatamente qual a percepção de cor dessas pessoas. Não existem testes objetivos. É difícil identificar quem tem esse quarto cone. É uma percepção, não se mede", ressalta Luciana Carvalho.

Estudos realizados com a australiana mostraram que ela enxerga melhor em locais de baixa luminosidade, permitindo, por exemplo, visões diferenciadas do pôr do sol. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Irvine, nos Estados Unidos, fizeram vários testes com Concetta Antico e concluíram que a mutação, por si só, não permite visualizar cores diferentes. É necessário desenvolver esse potencial genético.

Por conta do gosto por pintura, a artista esteve mais atenta a variações de cores durante toda a vida. Os cientistas acreditam que esse fato contribuiu para que o cérebro dela recebesse sinais extras que seus olhos estavam enviando.

Segundo a oftalmologista, não é possível precisar qual a porcentagem da população é tetracromata. "Existem estudos que falam em 12% e até em 2%. É uma área ainda pouco explorada pela Medicina”, afirma Luciana Carvalho.

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