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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Pesquisa mostra que professores perdem 20% do tempo de aula para 'acalmar' os alunos

Especialista fala sobre indisciplina e como o professor deve agir em sala de aula


postado em 30/08/2016 12:01

Segundo a especialista, o professor deve deixar claro e despertar nos alunos o sentimento de autoridade, mas não de autoritarismo(foto: Suami Dias/GOVBA/Divulgação)
Segundo a especialista, o professor deve deixar claro e despertar nos alunos o sentimento de autoridade, mas não de autoritarismo (foto: Suami Dias/GOVBA/Divulgação)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontou no ano passado que no Brasil o professor chega a perder 20% do seu tempo de aula acalmando os alunos e colocando a turma "em ordem" para poder lecionar. Segundo a pesquisa, nosso país é o que mais perde tempo de aula, já que a média apontada pela OCDE é de 13%. Tais dados foram levantados em 2013, entre alunos de 11 a 16 anos, do ensino fundamental e médio, porém o relatório comportamental só foi divulgado em 2015. No Brasil, 14.291 professores e 1.057 diretores de 1.070 escolas participaram da pesquisa.

Para psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga, especialista em educação especial e em gestão escolar, a informação é preocupante e medidas precisam ser tomadas para melhorar esse quadro. O primeiro passo para que isso aconteça está no planejamento: o professor deve prever certas situações. "Desde as séries iniciais, o professor deve ter em seu planejamento, por exemplo, um espaço com outras atividades caso algum aluno termine antes o que for solicitado para a turma. Isso vai evitar que o aluno fique muito tempo desocupado e acabe tirando o foco dos demais", diz a psicopedagoga.

Outras estratégias também podem ser pensadas para que o docente tenha menos problemas em sala. Quando o professor perceber que existe um aluno mais ativo, pode convidá-lo para ser seu "assistente" em sala, auxiliando em alguns momentos. Segundo a especialista, o professor deve deixar claro e despertar nos alunos o sentimento de autoridade, mas não de autoritarismo – está mais para respeito.

Para Ana Regina, esse tipo de pesquisa é relevante, já que ajuda a mapear não só o ambiente de aprendizagem, como as condições de trabalhos dos docentes, para que assim possamos redefinir políticas e adequá-las para o desenvolvimento da educação brasileira.

Outro dado preocupante é a violência. Segundo a pesquisa da OCDE, o Brasil lidera o ranking em casos de intimidação verbal entre alunos, e intimidação verbal de professores, com 34,4% e 12,5% respectivamente. "Não podemos negar estes problemas e as escolas têm trabalhado e idealizado alguns projetos para adequar e tentar melhorar a realidade, contudo, a agressão física aos docentes tem crescido a cada dia, e uma das únicas possibilidades de cessarmos este problema é a prática de punição, policiamento e leis que possam amparar também as instituições", completa a especialista.

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