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Estado de Minas CIDADES

Moradores do bairro Luxemburgo protestam contra construção de edifício na Mata do Mosteiro

Eles reclamam que a torre de 21 andares será construída numa área de proteção ambiental


postado em 08/11/2016 17:34 / atualizado em 09/11/2016 09:53

Moradores do bairro Luxemburgo, em Belo Horizonte, reclamam que a construção de uma torre de 21 andares numa região da Mara do Mosteiro vai causar impacto ambiental(foto: Google Earth/Reprodução)
Moradores do bairro Luxemburgo, em Belo Horizonte, reclamam que a construção de uma torre de 21 andares numa região da Mara do Mosteiro vai causar impacto ambiental (foto: Google Earth/Reprodução)
A provável construção de uma torre com 21 andares e 106 apartamentos em um terreno ao lado da Mata do Mosteiro, entre as ruas Luiz Soares da Rocha e Gentios, no bairro Luxemburgo, região centro-sul de Belo Horizonte, está causando polêmica. Isso porque o local onde está prevista a instalação do empreendimento, apesar de ser um terreno particular, faz parte de uma Zona Especial de Proteção Ambiental, segundo consta no registro da prefeitura da capital mineira.

Alguns moradores do bairro, que são vizinhos do terreno em disputa, se uniram para protestar contra a construção do prédio e já criaram uma página no Facebook e uma petição online. De acordo com engenheiro Geraldo Magela Sales, um dos coordenadores do movimento, o projeto é ilegal. "A legislação do município proíbe que um empreendimento desse tamanho seja construído no local. Nós, moradores, não queremos ir contra os direitos de quem é dono do terreno, mas a lei precisa ser respeitada", afirma o morador.

O engenheiro reclama que a Mata do Mosteiro – que faz parte do Parque Mosteiro Tom Jobim, criado em 2001 – já está bastante degradada e a construção do edifício ameaçaria ainda mais a área de proteção ambiental, além de causar outros impactos negativos na região, como o aumento significativo do tráfego de veículos.

Impasse

A construtora Patrimar, responsável pelo empreendimento no Luxemburgo, por meio da assessoria de imprensa, confirma que o projeto prevê a construção de uma torre com 21 andares e 106 apartamentos. Porém, de acordo com a nota enviada à Encontro, a construtora alega que a obra não ameaça a Mata do Mosteiro porque "guarda considerável afastamento do local de preservação ambiental".
Moradores do entorno da Mata do Mosteiro criaram uma página no Facebook para protestar contra a construção do edifício da Patrimar(foto: Facebook/groups/preverseamatadomosteiroBH/Reprodução)
Moradores do entorno da Mata do Mosteiro criaram uma página no Facebook para protestar contra a construção do edifício da Patrimar (foto: Facebook/groups/preverseamatadomosteiroBH/Reprodução)

Ainda segundo a Patrimar, o projeto foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte e o empreendimento está respaldado, também, pela Operação Urbana Simplificada, que é uma lei municipal que prevê a obrigatoriedade da construtora de oferecer à cidade uma contrapartida pelo empreendimento.

Por sua vez, o engenheiro Geraldo Magela Sales diz que as contrapartidas não compensam o impacto que seria causado pela construção da torre. Ele critica, também, a postura dos órgãos públicos no diálogo com os moradores da região. "A prefeitura e a construtor convocaram uma reunião com os moradores em outubro, mas, surpreendentemente, não foi para discutir o projeto, como nós esperávamos. Eles já pretendiam falar sobre as contrapartidas, desprezando nossa indignação em relação à construção do prédio", reclama o morador, que afirma ter solicitado ao Ministério Público que interferisse na questão.

Visita técnica

Na manhã desta terça-feira, dia 8 de novembro, a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou uma visita técnica no terreno onde está previsto o empreendimento da Patrimar.

O deputado estadual Fred Costa, presidente da comissão, diz que acatou as denúncias dos moradores que são contra a construção do prédio. "Caso este projeto seja aprovado, teremos impactos urbanos e ambientais que prejudicarão a todos os moradores do Luxemburgo e região. Vamos lutar para que isso não ocorra", diz o parlamentar do PEN.

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