Abaixo, vídeo com trecho do depoimento do craque da Seleção Brasileira à justiça espanhola:
Nas imagens, Neymar afirma desconhecer os detalhes de sua transferência do Santos para o clube catalão. O brasileiro admite ter assinado os documentos que são apresentados como provas no processo, mas insiste em dizer que apenas seguia as orientações do pai, que também se chama Neymar, e que cuida da carreira do filho atleta.
"Meu pai gerencia minha carreira desde que eu nasci. É uma pessoa em quem confio de olhos fechados. Meu pai toma conta da minha vida e da minha carreira também", diz Neymar, ao ser perguntado pelo juiz se ele tinha conhecimento do processo. O atacante ainda respondeu que ficou sabendo do caso da suposta sonegação de impostos pela imprensa.
O processo chegou a ser encerrado, mas em novembro do ano passado o Ministério Público da Espanha pediu a prisão por dois anos do jogador e do pai, além do pagamento de multa no valor de 30 milhões de euros (R$ 102 milhões) à família, por denúncia de corrupção e fraude.
No final do depoimento, ao ser questionado pelo juiz José de La Mata se gostaria de dizer mais alguma coisa, o colega de Lionel Messi e Luis Suárez foi enfático: "Não, que me deixem em paz".
Entenda o caso
Os contratos de Neymar foram parar na justiça espanhola por conta de uma queixa iniciada pela empresa DIS, que, em 2009, comprou do Santos 40% dos direitos econômicos do jogador por 2 milhões de euros (cerca de R$ 6,8 milhões). Portanto, numa transação futura, a empresa teria direito a esse mesmo percentual da venda.
De acordo com a DIS, Santos e Barcelona ocultaram os valores da transferência, sacramentada em 2013, para reduzir o montante que deveria ser pago a ela. Os clubes teriam informado que a negociação custara 17 milhões de euros (R$ 57,8 milhões), mas as investigações na Espanha acabaram revelando que o valor real pago por Neymar chegou a 83 milhões de euros (R$ 282,2 milhões), informação confirmada pela diretoria do clube catalão.
A DIS busca na justiça espanhola o ressarcimento para que Barcelona e Santos cumpram com o valor que foi acordado – ou seja, que paguem 40% dos 83 milhões de euros.