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Estado de Minas SAÚDE

OMS alerta: 1,1 bilhão de pessoas podem ter perdas auditivas devido à 'música alta'

Segundo a Organização Mundial da Saúde, problemas de audição provocados por causas diversas já afetam 360 milhões de pessoas no mundo


postado em 07/03/2017 12:12

Segundo a OMS, o hábito de ouvir música alta em fones de ouvido deve causar problemas de audição em 1,1 bilhão de pessoas no mundo todo(foto: Pixabay)
Segundo a OMS, o hábito de ouvir música alta em fones de ouvido deve causar problemas de audição em 1,1 bilhão de pessoas no mundo todo (foto: Pixabay)
Cerca de 1,1 bilhão de pessoas dos 12 aos 35 anos de idade correm o risco de terem perdas auditivas irreversíveis porque escutam música muito alta em fones de ouvido. Atualmente, problemas de audição provocados por causas diversas já afetam 360 milhões de indivíduos, dos quais 32 milhões são crianças. Os dados foram divulgados na sexta, dia 3 de março, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS define como audição normal a de pessoas que conseguem escutar sons de até 25 decibéis ou mais baixos nos dois ouvidos. Quem ouve acima desse limiar teria algum tipo de perda auditiva.

O organismo internacional divide as causas das deficiências em duas categorias. As chamadas causas congênitas são: doenças como rubéola congênita, sífilis e outras infecções durante a gravidez; nascimento abaixo do peso ideal; falta de oxigênio na hora do parto; uso inapropriado de medicamentos ao longo da gestação; e icterícia neonatal, um problema de saúde que pode danificar o nervo auditivo em recém-nascidos. A outra categoria são as causas adquiridas – meningite, sarampo, caxumba, infecções crônicas no ouvido, otite média, lesões na cabeça ou no ouvido e uso de alguns remédios, como os utilizados no tratamento de infecções neonatais, malária, câncer e tuberculoses agressivas.

Esse conjunto de fatores também inclui a exposição a quantidades excessivas de ruído – seja no espaço de trabalho, como o contato com o barulho de máquinas e explosões, seja em atividades recreativas, como escutar música em fones de ouvido por tempo prolongado e a volumes muito altos ou frequentar shows, bares e eventos esportivos.

Segundo a OMS, nos países de média e baixa renda, cerca de 50% das pessoas de 12 a 35 anos escutam música em intensidade e duração consideradas perigosas para a audição. Além disso, 40% do mesmo grupo está suscetível a níveis prejudiciais de ruído em bares, boates e competições esportivas.

O envelhecimento e o acúmulo de cera – ou outras partículas estranhas – também são citados pela OMS como causas adquiridas.

Dados coletados pelo órgão da ONU mostram que as perdas auditivas custam de US$ 67 bilhões (R$ 207 bilhões) a US$ 107 bilhões (R$ 331 bi) por ano aos sistemas de saúde. Os valores estimados não incluem as despesas com aparelhos auditivos e próteses cocleares pessoais. Outro custo anual envolve as perdas de produtividade – calculadas em US$ 105 bilhões – causadas pelo desemprego ou pela aposentadoria precoce.

Prevenção

Para reverter esse cenário e proteger os ouvidos das atuais e futuras gerações, a OMS recomenda que países invistam na prevenção. Até 60% dos casos de perda auditiva entre jovens com até 15 anos podem ser prevenidos, sobretudo com ações contra o sarampo, caxumba, meningite, infecções por citomegalovírus e otite média crônica.

Essas complicações de saúde representam 31% das causas de deficiências nas audições de crianças e adolescentes. Algumas delas podem ser evitadas com vacinas ou com acompanhamento médico adequado.

A OMS também recomenda o que descreve como "escuta segura", ou seja, práticas que protegem os ouvidos de ruídos muito altos em atividades ocupacionais ou de lazer. O limiar de segurança definido por especialistas e pela organização é de sons com volume de 85 decibéis, que podem ser ouvidos por um máximo de oito horas. Conforme o volume aumenta, o tempo seguro de exposição cai dramaticamente.

Por exemplo, o som produzido pelo trem do metrô – estimado em 100 decibéis – pode ser escutado sem danos à saúde por apenas 15 minutos por dia.

Já o som produzido por fones de ouvido pode variar de 75 decibéis até 136 decibéis. Em boates e bares, o volume pode chegar a até 112 decibéis.

(com Nações Unidas)

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