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Estado de Minas INTERNET

Universidade carioca cria o primeiro museu do 'meme' no mundo

Segundo a Universidade Federal Fluminense, a ideia é disponibilizar os arquivos dos memes com o contexto em que foram criados


postado em 23/03/2017 14:00 / atualizado em 24/03/2017 08:31

O Success Kid e o Lindomar, o Sub-Zero Brasileiro são exemplos de memes de sucesso que fazem parte do acervo do museu criado pela Universidade Federal Fluminense (foto: Museudememes.com.br/acervo/Reprodução)
O Success Kid e o Lindomar, o Sub-Zero Brasileiro são exemplos de memes de sucesso que fazem parte do acervo do museu criado pela Universidade Federal Fluminense (foto: Museudememes.com.br/acervo/Reprodução)
Os memes são os maiores expoentes de humor na internet. No entanto, nem tudo que é engraçado e está na rede pode ser considerado um meme. Mas, é provável que a maioria daquelas imagens e vídeos que se espalham rapidamente e fazem você morrer de rir no Facebook, no Twitter e no WhatsApp, façam parte desse "ícone da cultura digital".

Em meio à imensidão do conteúdo existente na internet, os memes se tornaram tão presentes em nosso cotidiano, que, assim como as obras de arte e outros itens históricos, acabaram de ganhar um museu, o primeiro do mundo. E ele é brasileiro! A iniciativa é da Universidade Federal Fluminense (UFF), que criou um acervo virtual com o material irônico. Um dos objetivos da exposição desse conteúdo, de acordo com a instituição de ensino, é disponibilizar e reunir os memes e referências bibliográficas sobre o assunto, para que pesquisadores e outros interessados possam estudá-los.

O museu, na verdade, consiste num site onde qualquer pessoa pode, por exemplo, digitar uma palavra e ver os memes relacionados ao termo pesquisado. Além disso, o usuário pode navegar livremente pelo acervo ou pelas seções, para ver artigos e entrevistas ou, até mesmo, doar um "exemplar".

Ao clicar em um dos memes do museu virtual da UFF, é possível ler sobre sua origem e suas variações; sobre a época em que ele começou a se espalhar pela internet; além de saber como ele foi difundido e ganhou repercussão na rede.

Por que um museu de memes?

A Universidade Federal Fluminense responde a essa pergunta, em texto disponível no site do museu: "Um museu de memes não é apenas um espaço que os reúne [e mostra] a todos, mas um espaço que lhes dá sentido, experiência. Um meme sozinho não faz Verão. Como piadas internas, é preciso que compartilhemos seu significado, seu contexto, para que o meme se efetive".
Outro meme bastante conhecido na internet é o Nazaré Confusa, em referência à personagem de Renata Sorrah na novela Senhora do Destino (2004), da Rede Globo(foto: Museudememes.com.br/acervo/Reprodução)
Outro meme bastante conhecido na internet é o Nazaré Confusa, em referência à personagem de Renata Sorrah na novela Senhora do Destino (2004), da Rede Globo (foto: Museudememes.com.br/acervo/Reprodução)

O que é um meme?

Quem já está acostumado a navegar pela internet, identifica facilmente se uma imagem ou vídeo pode ser chamado de meme. Mas, quem utiliza a web somente para trabalhar ou estudar, por exemplo, e não é tão familiarizado com a "zoeira" das redes sociais, pode ter dificuldade para entender do que se trata.

Vamos imaginar um vídeo em que aconteça um fato engraçado, como nas famosas "vídeo-cassetadas" do programa Domingão do Faustão. Mesmo que o vídeo se espalhe pela internet, ele não é considerado um meme. Mas, se separarmos um trecho dele e o inserirmos em outro contexto, totalmente desconexo, ele pode vir a se tornar um meme.

Um exemplo disso, e que você já deve ter visto circulando por aí, é a imagem do personagem Chapolin, associada a diversas frases que remetem a situações cômicas do cotidiano. O desastrado super-herói mexicano, que faz sucesso há décadas com seu seriado, antes da internet, não era um meme. Ele se tornou um símbolo irônico depois que alguém separou trechos de seus episódios e os utilizou em outro contexto.

Origem da palavra meme

De acordo com a reportagem O DNA das Ideias, publicada pela revista Superiteressante em agosto de 2003, o termo "meme" teria origem na obra O Gene Egoísta, de 1976, de autoria do zoólogo britânico Richard Dawkins.

No livro, o cientista fala sorbe a dinâmica dos genes humanos, que são conservados ou descartados pela "seleção natural". Deste modo, de acordo com Dawkins, os genes se replicam para sobreviverem. Ou seja, criam cópias de si mesmo. De certa forma, os memes são assim: sobrevivem no mundo virtual espalhando pela internet e ganhando outras versões do original.

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