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Estado de Minas SAÚDE

Herpes ocular tem diagnóstico difícil e pode causar problemas mais graves

Tal qual o herpes bucal, a doença pode se manifestar a qualquer momento, devido à baixa imunidade, por exemplo


postado em 25/04/2017 12:20

O herpes ocular pode ficar
O herpes ocular pode ficar "inerte" por anos e voltar a atingir os olhos devido a vários fatores, como estresse e baixa imunidade (foto: Freepik)
Doença incurável, apesar de tratável, o herpes ocular é uma infecção provocada pelo mesmo vírus que ataca os lábios: o Herpes simplex. Geralmente, a pessoa entra em contato com o vírus ainda na infância. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, de São Paulo, há casos em que a criança é tratada de uma infecção moderada, mas o vírus invade os olhos e chega ao gânglio trigeminal, onde encontra condições ideais para se instalar e se tornar latente. Ao longo da vida, principalmente durante episódios de estresse intenso, traumas ou períodos de baixa imunidade, o micro-organismo faz o caminho de volta para a córnea e se manifesta como herpes ocular.

Existem mais de 80 tipos de vírus do herpes e eles se diferenciam de várias formas. Mas, todos percorrem os nervos até alcançar uma terminação nervosa – onde se alojam e passam períodos de inatividade. Quando acomete lábios e pele, o diagnóstico da doença é mais fácil. O problema é que, ao atingir os olhos, o vírus pode ser mal diagnosticado ou tratado indevidamente. Em casos graves, inclusive, o paciente pode perder a visão. "É preciso ter bom conhecimento para distinguir o herpes ocular de outras infecções, intoxicação ocular provocada por medicamentos, e também do herpes zoster [causado pelo vírus da varicela]", esclarece Renato Neves.

Dados da Academia Americana de Oftalmologia revelam que, depois do episódio inicial, há 27% de chance de o herpes atacar novamente dentro de um ano; 50% em cinco anos; e 63% em 20 anos. "Infecções recorrentes incomodam muito os pacientes, já que a doença pode surgir na infância e voltar a incomodar de tempos em tempos. Vale ressaltar que o herpes ocular pode acometer qualquer camada dos olhos, mas as manifestações mais comuns incluem blefarite [inflamação das pálpebras], conjuntivite folicular e ceratite [inflamação da córnea]. Mas, vale advertir que nada tem a ver com o herpes genital, que é uma doença sexualmente transmissível", afirma o médico.

Ainda de acordo com o especialista, o tratamento imediato com medicamentos antivirais específicos interrompe a multiplicação do vírus e impede que a doença continue destruindo as células epiteliais. Embora o estresse seja um gatilho importante para a manifestação do herpes ocular, Renato Neves lembra que problemas na boca, queimaduras de Sol, traumas e períodos pós-cirúrgicos também podem desencadear novos episódios. "Mais da metade da população mundial já entrou em contato com esse vírus. O importante é que a doença seja devidamente diagnosticada e tratada, a fim de não se agravar. Em casos raros, mais severos, o único tratamento viável é o transplante de córnea", completa o oftalmologista.

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