De acordo com o cirurgião vascular Ronald Flumignan, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, o tipo mais comum de embolia pulmonar é aquele que se forma a partir do desprendimento de um coágulo de sangue – geralmente, um que tenha se formado na perna ou região pélvica. "Pessoas que passaram muito tempo em repouso, acamadas, ou que fizeram voos longos, têm um risco aumentado para a trombose e suas complicações. Voos com mais de quatro horas de duração já são preocupantes, mas os que mais representam risco para os pacientes são aqueles com mais de 12 horas. Por isso, é fundamental, diante dos primeiros sintomas, não perder tempo e seguir com diagnóstico e tratamento. Vale lembrar que o fator de risco 'idade' é um dos mais importantes, principalmente quando diz respeito a um paciente com mais de 60 anos. Ou seja, quanto mais idade o passageiro tiver, há mais chances de sofrer uma trombose e suas complicações", esclarece o especialista.
Na opinião de Ronald Flumignan, inclusive, as companhias aéreas que fazem voos de longa duração deveriam incentivar os passageiros a esticarem as pernas e a se movimentarem durante a viagem. "A trombose venosa profunda, como o próprio nome diz, é um trombo [coágulo] formado em veias profundas da perna. Essa condição geralmente provoca dor, inflamação e inchaço. Se o trombo se desprende da parede do vaso, há risco de circular pela corrente sanguínea e bloquear a artéria que alimenta os pulmões, causando a embolia. Esse é o principal motivo de morte relacionada à trombose venosa", afirma o médico.
O cirurgião explica que os fatores de risco mais comuns, depois da idade ou de o paciente já ter enfrentado outros episódios de trombose, incluem: histórico familiar, imobilidade, câncer, uso de determinados contraceptivos ou terapia de reposição hormonal, gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, tabagismo e até mesmo varizes. "Se, depois da investigação clínica, houver suspeita de trombose, é indicado fazer um eco-Doppler colorido, também conhecido como ultrassonografia vascular, para avaliar as condições dos vasos, não só das pernas, como também dos braços e da barriga. Trata-se de um exame não invasivo, sem dor, sem contraindicações", recomenda Ronald Flumingnan.
Para aqueles que já estão com o voo marcado, o especialista dá cinco dicas de ouro:
- Procure se levantar a cada duas horas de voo e caminhar pelo corredor
- Sentado, procure fazer movimentos circulares com os tornozelos e esticar os joelhos
- Se não houver contraindicações, use meias elásticas prescritas por um médico vascular
- Vista roupas leves e confortáveis
- Procure ingerir bastante água durante o voo. Isso vai mantê-lo hidratado e fazer com que se levante para ir ao banheiro algumas vezes. Além disso, a desidratação pode facilitar o surgimento de trombos