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Estado de Minas TECNOLOGIA

Saiba mais sobre a bitcoin, moeda virtual que vale muito

Apesar de ter ganhado fama com o ataque hacker de maio, a bitcoin já é bem conhecida de muitos internautas


postado em 31/05/2017 16:14

Apesar de ser uma moeda virtual, a bitcoin vale muito mais que o grama do ouro, por exemplo. Por isso é tão visada pelos hackers(foto: Pixabay)
Apesar de ser uma moeda virtual, a bitcoin vale muito mais que o grama do ouro, por exemplo. Por isso é tão visada pelos hackers (foto: Pixabay)
Imagine um mundo sem dinheiro físico, sem bancos, com transações financeiras feitas sem intermediários. Esse é o universo da chamada bitcoin – moeda virtual que ganhou atenção depois do ataque de hackers em maio, em que invasores sequestraram dados de computadores e pediram o resgate nessa forma de pagamento.

Apesar do alarde, a moeda digital ganha, a cada dia, mais adeptos. O primeiro passo para usá-la é se cadastrar em alguns dos sites que oferecem o serviço na internet. Depois, criar uma conta com o código pessoal criptografado. O passo seguinte é comprar a moeda digital.

Apesar de o dinheiro ser virtual, essa realidade é concreta para Caio Fischer, de 38 anos. O funcionário público conta que ouviu falar em bitcoin pela primeira vez na própria internet, numa página sobre economia. "Tinha dinheiro guardado, mas não conhecia direito o que era a moeda digital. Investi R$ 500 e, em seis meses, tive uma rentabilidade de quase 100%", lembra Fischer.

Para quem não sabe, essa moeda virtual sofre variação diária. No dia 31 de maio, ela estava avaliada em R$ 9.409. Devido ao alto custo, a maioria das pessoas prefere comprar frações de bitcoins.

Além de transferências e investimentos, muitas pessoas usam o bitcoin em transações comerciais. Neste caso, dois códigos são gerados: um na carteira do comprador e outro na do vendedor. Após o cruzamento das informações constantes nesses códigos (isto é feito por intermediários chamados 'mineradores', ou miners, em inglês), a autenticação é liberada. O processo dura cerca de 10 minutos.

De acordo com a professora de economia Maria de Lourdes Rollemberg Mollo, da Universidade de Brasília (UnB), o bitcoin não tem o mesmo peso do dinheiro de papel. Para a especialista, a moeda virtual assume a função do dinheiro real ao fazer transações como meio de troca, entretanto, não é considerada uma boa reserva de valor. "As pessoas não detêm com facilidade o bitcoin em uma proporção em que se generalize a aceitação da moeda virtual como moeda comum ou uma moeda nacional", diz a economista.

A professora da UnB usa como exemplo o contexto do pagamento de salário, que é fundamental no sistema capitalista. Como ele é feito em dinheiro, o bitcoin passa a não ser fundamental para a sociedade.

O pesquisador Gabriel Aleixo, do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, tem outra visão. Para ele, com o aumento do ceticismo das pessoas em relação aos meios financeiros tradicionais e a possibilidade de novas crises financeiras, a tendência é que o bitcoin cresça globalmente como meio de reserva de valor.

"Acredito que mais pessoas começarão a investir uma parte, mesmo que pequena, de suas poupanças e investimentos em bitcoins, como forma de preservar valor em algo independente do sistema tradicional, uma vez que essa moeda é imune a políticas monetárias ruins, já que tudo segue o rigor do código tal qual foi programado originalmente", avalia o especialista.

Em dia com o Leão

Embora não sejam consideradas moedas nos termos do marco regulatório atual, as moedas virtuais começaram a ser declaradas no Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) este ano, dentro da opção "Outros Bens", uma vez que podem ser equiparadas a um ativo financeiro.

Segundo o guia de perguntas e respostas da Receita Federal, as criptomoedas têm de ser declaradas pelo valor de aquisição. Como esse tipo de dinheiro não tem cotação oficial, uma vez que não há um órgão responsável pelo controle de sua emissão, não há uma regra legal de conversão dos valores para fins tributários. "Entretanto, essas operações deverão estar comprovadas com documentação hábil e idônea para fins de tributação", afirma o Fisco.

(com Agência Brasil)

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