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Estado de Minas BEM-ESTAR

Azeite de oliva ajuda na recuperação dos músculos, diz estudo da USP

A pesquisa associa a suplementação de ácido oleico à capacidade regenerativa e de movimento em músculos lesionados


postado em 03/07/2017 10:47

O ácido oleico, presente no azeite de oliva, segundo estudo da USP, pode ajudar na recuperação de músculos lesionados(foto: Pexels)
O ácido oleico, presente no azeite de oliva, segundo estudo da USP, pode ajudar na recuperação de músculos lesionados (foto: Pexels)
O Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP está investigando ações terapêuticas para melhorar a capacidade de recuperação do tecido muscular esquelético que sofreu alguma lesão. O trabalho do pesquisador Phablo Abreu verifica o efeito da suplementação com ácidos oleico (existente no azeite de oliva) e linoleico (do óleo de girassol) no processo de regeneração do músculo gastrocnêmio, a "batata da perna". O estudo está sendo realizado em cobaias e mostra que o ácido oleico otimizou a capacidade regenerativa e a função contrátil (contração que gera movimento) do músculo lesionado.

O tecido muscular esquelético é constituído por células alongadas altamente organizadas, responsáveis pela contração muscular, que permitem, por exemplo, a locomoção, além de apresentar a capacidade plástica de adaptação às condições internas e ambientais. "Uma importante característica deste tecido é a capacidade de se reparar após lesão. Quando não regeneradas, as lesões podem levar à perda de massa muscular e à formação de tecido cicatricial [fibroso], resultando em reparo incompleto", esclarece Phablo Abreu.

O ácido oleico é um ácido graxo monoinsaturado da família do ômega-9, enquanto o linoleico é um ácido graxo polinsaturado do ômega-6. Ambos são abundantes na dieta ocidental. "A dieta dos povos do Mediterrâneo é rica em óleo de oliva, que contém muito ácido oleico, e está associada à redução no risco de doenças cardiovasculares e diabetes. O ácido linoleico, abundante no óleo de girassol, por sua vez, é essencial para o desenvolvimento saudável dos seres humanos", comenta o pesquisador da USP.

O cientista lembra que existem poucos trabalhos envolvendo os ácidos graxos e a formação do tecido muscular (miogênese). "Não há estudo envolvendo ácidos graxos e a regeneração do músculo esquelético in vivo. Por este motivo, neste trabalho, optamos por analisar os efeitos da suplementação com os ácidos graxos sobre proteínas estruturais da fibra muscular, e também na função contrátil no processo de regeneração do músculo esquelético", diz Phablo Abreu.

Na pesquisa, verificou-se que a suplementação com o ácido linoleico comprometeu a regeneração do músculo esquelético lesionado, causando redução da massa muscular, elevação de tecido fibroso e recuperação parcial da função contrátil. "Essa função é realizada por células especializadas chamadas fibras musculares, as quais se contraem sob estimulação, gerando movimento. O ácido oleico, por sua vez, atenuou o quadro de reparo incompleto, otimizando a capacidade regenerativa e a função contrátil do músculo lesionado", explica o pesquisador.

(com Jornal da USP)

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