Publicidade

Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Que tal economizar 60 mil l de água todos os anos?

Um professor da USP cria sistema de automação que reutiliza a água da chuva de forma inteligente


postado em 06/07/2017 09:00

O professor da USP usou pequenos computadores para criar sistema de automação que reutiliza a água da chuva em casa e para irrigação de jardim(foto: ICMC/USP/Divulgação)
O professor da USP usou pequenos computadores para criar sistema de automação que reutiliza a água da chuva em casa e para irrigação de jardim (foto: ICMC/USP/Divulgação)
Que tal economizar no consumo de água de forma sustentável? Isso foi feito pelo professor Eduardo Simões, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos (SP). Ele desenvolveu e instalou em sua casa um sistema inteligente de automação residencial para aproveitar a água da chuva. Com capacidade de armazenamento de 5 mil l, o sistema tem como principal inovação o duplo reuso: é possível encher a banheira com a água da chuva aquecida por aquecedor solar e, após o banho, uma canalização leva a água do ralo da banheira para os sprinklers (dispositivos de irrigação) do jardim. A instalação do sistema teve custo aproximado de R$ 4 mil e permite uma economia de quase 60 mil l de água por ano, além de uma redução mensal de até R$ 300 na conta.

O professor da USP conta que o sistema é fruto de uma combinação de projetos de iniciação científica de mais de 10 alunos de graduação que ele supervisionou. "Ele utiliza calhas coletoras da água da chuva nos beirais do telhado, sistema de filtração, cisterna subterrânea de 5 mil l para armazenamento e uma bomba elétrica para elevar a água até a caixa d'água do telhado. A partir daí, a água é distribuída para descarga nas privadas, e para várias torneiras no jardim, na lavanderia, entre outros pontos da casa. Dá até mesmo para encher a banheira com a água da chuva", esclarece Eduardo Simões.

O armazenamento da água da chuva é feito por uam espécie de cisterna: uma caixa d'água normal adaptada para ser enterrada, de modo a reduzir custos, e coberta por uma laje de alvenaria feita com material que sobrou da obra da casa. "Como chove muito no Verão, e pouco no Inverno, não é necessário uma capacidade maior do que 5 mil l no Verão e no Inverno. Porém, seriam necessários mais de 100 mil l se não fosse realizado o uso inteligente da água", comenta o professor.

Eduardo explica que a água da banheira, depois do banho, é utilizada para irrigação do jardim. Para isso, o ralo da banheira foi conectado diretamente aos sprinklers. "Isso consiste no duplo reuso da água da chuva. Porém, a cidade de São Carlos, onde fica a casa, possui um clima de cerrado e chove muito pouco durante o Inverno. Sendo assim, é preciso utilizar esses recursos com atenção e, por isso, o sistema inteligente de automação residencial é muito importante para economizar a água de irrigação do jardim", completa o docente do ICMC.

O sistema possui um computador central do modelo RaspberryPi, que tem tamanho muito reduzido, conectado a vários microcontroladores Arduino e uma câmera. "A câmera coleta imagens do gramado, que são analisadas por uma rede neural artificial embarcada, a qual detecta quais as regiões que precisam ser molhadas pela tonalidade do verde. Os Arduinos, espalhados em diversos pontos estratégicos do jardim, para coletar dados dos sensores de umidade e controlar os motores dos sprinklers, verificam a umidade e a decisão de irrigar ou não o gramado é tomada", explica Eduardo Simões.

(com Jornal da USP)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade