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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Zoológico de Belo Horizonte vai receber três exemplares da arara-azul-de-lear para projeto de reprodução

A espécie está ameaçada de extinção e os animais apresentam deficiência decorrentes de maus-tratos


postado em 31/07/2017 15:48

Os exemplares da arara-azul-de-lear que chegarão ao zoológico de Belo Horizonte fazem parte de um projeto nacional de manejo e reprodução dessa espécie em risco de extinção(foto: Flickr/PBH/Suziane Fonseca/Divulgação)
Os exemplares da arara-azul-de-lear que chegarão ao zoológico de Belo Horizonte fazem parte de um projeto nacional de manejo e reprodução dessa espécie em risco de extinção (foto: Flickr/PBH/Suziane Fonseca/Divulgação)
O zoológico da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH) vai receber nos próximos dias três indivíduos da espécie arara-azul-de-lear para participar de um importante projeto de manejo reprodutivo que é parte do Plano de Ação Nacional (PAN) para a conservação dessa ave. Duas delas, uma fêmea e um macho, virão do zoológico do Rio de Janeiro, enquanto outra, um macho, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo. A proposta é que eles se juntem a uma fêmea da espécie que vive no zoo de BH para formarem pares e reproduzirem.

No entanto, as quatro aves que serão reunidas no zoológico da capital mineira para oportunidade de acasalamento têm uma particularidade: possuem algum tipo de deficiência, como incapacidade de voar ou de se locomover em terra, devido à lesões permanentes ou à falta de um pedaço da asa ou de uma pata. Segundo a bióloga Márcia Procópio, gerente da seção de Aves da FZB-BH, "todas as araras envolvidas nesse projeto são de vida livre e possuem algum tipo de deficiência por conta do tráfico e de maus-tratos".

A proposta de favorecer o comportamento de livre escolha dos parceiros sexuais para reprodução com aves que apresentam deficiência física ocorreu, em 2005, em uma reunião anual do PAN Arara-azul-de-lear. "Naquele ano já havia o interesse por parte da FZB-BH em receber pelo menos um macho, que também não pudesse voar, para acasalar com a fêmea do zoo de BH que apresenta deficiência na asa", conta a bióloga.

De acordo com Márcia Procópio, essa técnica de pareamento para reprodução é chamada de flocking – quando é realizada com aves que possuem deficiência física chama-se para-flocking. "A Fundação Zoo-Botânica, que já participa do flocking desde junho do ano passado, agora terá a oportunidade de também fazer parte do para-flocking. A data de chegada das aves ainda não foi comunicada, mas já estamos com tudo preparado para recebê-las", diz a especialista.

Os três indivíduos que virão participar do para-flocking já passaram por quarentena nos zoológicos de origem, mas ao chegarem ao zoo de BH passarão por uma nova, com a fêmea que está na FZB-BH. "Após esse período é que terá início a aproximação dos quatro indivíduos. À medida que ocorrer o pareamento, o casal será destinado a uma instituição credenciada pelo plano de manejo da arara-azul-de-lear", explica a bióloga.

(com assessoria de imprensa da PBH)

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