
Essa é a primeira análise da série histórica da Pesquisa CNT de Rodovias, compreendendo o período de 2004 a 2016. No levantamento, a confederação avalia 100% da malha federal do país e destaca que, apesar da evolução da qualidade, 57,3% das estradas públicas analisadas ainda apresentam condição inadequada ao tráfego, enquanto 42,7% foram consideradas ótimas ou boas.
Em 2016, cerca de 31 mil km ainda apresentavam deficiências no pavimento, na sinalização e na geometria. Esses problemas aumentam o custo operacional do transporte, comprometem a segurança nas rodovias e causam impactos negativos ao meio ambiente.
A pesquisa aponta que, nos 13 anos analisados, é possível perceber uma relação direta entre a qualidade das rodovias brasileiras e os investimentos federais em infraestrutura rodoviária. Em 2011, por exemplo, a união investiu o maior valor em infraestrutura de transporte no período: R$ 15,73 bilhões.
"Apesar de o modal rodoviário ser predominante em nossa matriz, ainda convivemos, diariamente, com buracos, erosões e falta de sinalização nas pistas. As rodovias brasileiras precisam ser modernizadas, vez que foram implantadas em um período em que o volume de transporte, de pessoas e de produtos, era muitas vezes menor", denuncia o documento da CNT.
A pesquisa apontou que a qualidade do pavimento das estradas recebeu avaliação de "regular, ruim ou péssimo" em 48,3% dos trechos avaliados. Na sinalização, 51,7% das rodovias pesquisadas apresentaram algum tipo de deficiência, enquanto para a geometria da via o percentual da extensão pesquisada que mostrou inadequações foi de 77,9%.
A região sudeste foi avaliada como a melhor malha rodoviária do país, com 55,4% da extensão pesquisada classificada com estado geral "ótimo ou bom". Já a região com as piores condições é a norte, com apenas 23,4% das rodovias pesquisadas em condições "ótimo ou bom".
Extensão
O Brasil possui 1.720.756 km de rodovias, dos quais apenas 211.468 km são pavimentados, o que representa 12,3% da extensão total. Essa quilometragem resulta em uma densidade de infraestrutura rodoviária de 24,8 km por 1.000 km² de área. Segundo a CNT, o valor é considerado baixo quando comparado a outros países de dimensão territorial semelhante. Por exemplo, nos Estados Unidos são 438,1 km por 1.000 km² de área, na China, 359,9 km; e na Rússia, 54,3 km.
(com Agência Brasil)