
As obras de arte foram produzidas por cinco artistas. Marina Capdevilla fez a do edifício Trianon, na rua da Bahia; Tereza Dequinta e Robezio Marqs trabalharam em dupla no edifício Tapajós, também na rua da Bahia; Priscila Amoni é a autora do trabalho no Hotel Rio Jordão, na Rio de Janeiro; e Thiago Mazza realizou a obra do wdifício Satélite, na rua da Bahia. As quatro empenas foram pintadas simultaneamente ao longo de 12 dias.
O resultado do trabalho dos cinco jovens artistas pode ser visto mais facilmente da rua Sapucaí, bairro Floresta, que se tornou o primeiro mirante de arte urbana do Brasil. Segundo Jana Macruz, idealizadora e curadora do projeto Circuito de Arte Urbana (Cura), a escolha dos locais em que foram realizadas as intervenções artísticas teve como critério a melhor visualização de todas as obras. "O mirante da Sapucaí é o único local do tipo, no mundo, e que tem todas as pinturas voltadas na mesma direção, permitindo que sejam visualizadas ao mesmo tempo", comenta.

Feminilidade
Priscila Amoni é a primeira mulher a pintar uma empena da altura de 49 m no Brasil e se inspirou na figura feminina para realizar a obra. "Trabalho com o poder feminino. Minha pintura é uma mulher negra que tem traços indígenas e está envolvida por plantas medicinais e por poder. Na mão direita, o alecrim e a lavanda que significam alegria e calma; na esquerda, a dracena que é a força; na cabeça, marantas, que é a beleza; e, no ventre, a coragem representando toda essa força feminina", explica a artista visual.
Segundo ela, as empenas em grande tamanho são um presente da proporção da metrópole mineira. "Sinto-me completamente realizada por proporcionar algo dessa grandeza para a cidade", diz Priscila.
O projeto Cura conta com o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. "Ficamos orgulhosos de saber que um instrumento do município foi capaz de dar o pontapé inicial para um projeto como esse. E ele chega em um momento em que a prefeitura quer estimular a cidade a ficar mais alegre e proporcionar um contato maior com a arte urbana para a população. Tudo foi visto com bons olhos e esperamos que outros projetos como o CURA sejam feitos pela cidade", afirma Simone Araújo, diretora de ação cultural da Fundação Municipal de Cultura.
(com Ascom Central da PBH)