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Estado de Minas CIDADE

Área de 50 mil m² na região norte de BH vira Reserva Particular Ecológica Permanente

A chácara, que fica no bairro São Bernardo, é um verdadeiro refúgio em meio à movimentação da cidade


postado em 06/09/2017 16:42

A aposentada Priscila Freire lembra que sua chácara de 50 mil m² foi adquirida pelo pai em 1953. Agora, o terreno se torna Reserva Particular Ecológica Permanente de BH(foto: Flickr/PBH/Priscila Freire/Reprodução)
A aposentada Priscila Freire lembra que sua chácara de 50 mil m² foi adquirida pelo pai em 1953. Agora, o terreno se torna Reserva Particular Ecológica Permanente de BH (foto: Flickr/PBH/Priscila Freire/Reprodução)
"Meu refúgio! Sou abençoada por Deus e pela natureza". É assim que Priscila Freire, de 84 anos, proprietária de uma chácara com mais de 50 mil m² de área verde no bairro São Bernardo, região norte da Belo Horizonte, classifica o terreno. Sua alegria também é compartilhada por todos os belo-horizontinos, já que, na reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente, o Comam, no dia 26 de agosto, a área, que já era considerada Reserva Ecológica (RPE) por 20 anos, se transformou em permanente. Ou seja, todo o terreno será preservado e monitorado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH, por meio da secretária municipal de Meio Ambiente, evitando, assim, a degradação, riscos geológicos e garantindo a manutenção da diversidade das espécies.

Priscila acredita ter dado um presente para Belo Horizonte e se sentiu lisonjeada por ser aplaudida de pé pelos conselheiros do Comam. Ela entrou com pedido de reconhecimento da área em 2013. "Eu já tinha pedido para que isso se tornasse uma reserva permanente há quatros anos, desde quando entrei com o processo de tombamento. Toda essa área é tombada também. Fiz isso porque seria muito triste ver uma coisa que eu tomei conta e preservei a vida toda ser destruída. Isso não entra na minha cabeça", comenta a aposentada.

A área, situada na rua Barão de Coromandel, no coração do bairro São Bernardo, já foi muito visada. "Há cinco anos, quando meu marido morreu, recebi propostas para sair daqui, dividir a área em lotes e vender. A ideia era construir vários prédios. Nem se me pagarem o maior ouro do mundo eu não vou sair daqui. Eu amo acordar, caminhar, ver os tucanos, as maritacas, não troco isso aqui por nada. É um tesouro", diz a senhora.

Jabuticabeiras, bananeiras, pés de goiaba, ipês e mulungus são algumas das espécies que fazem parte da reserva que funciona como pulmão para os moradores da região norte da capital. Priscila Freire mora há 40 anos na chácara herdada do pai. "Meu pai plantou essas árvores todas, ele comprou esse terreno em 1953, e como ele tinha muito espírito europeu, gostava de vegetação e plantou muita fruta. Isso aqui era muito longe do centro, na época, mas, de repente, o bairro começou a crescer e hoje é muito perto de tudo", afirma.

Reserva Particular Ecológica

Atualmente, Belo Horizonte conta com 11 Reservas Particulares Ecológicas legalmente instituídas e que correspondem a um total de 291 mil m² em termos de áreas protegidas. Entre estas, nove, que correspondem a 290 mil m², encontram-se em situações regulares. As demais, que totalizam 865 m², estão em fase de reavaliação.

As RPEs apresentam atributos bióticos – fauna e flora – importantes para o contexto da região em que se insere, formando com outras áreas verdes da região um mosaico de ilhas verde que permitem a sustentação das espécies silvestres de caráter antropizado – aquelas que toleram ou convivem bem com os ambientes urbanizados.

Essas reservas apresentam massa de vegetação arbórea preservada expressiva, dentro de um perímetro de grande urbanização do município, o que contribui para o microclima da região, a retenção de partículas sólidas em suspensão e a redução da poluição do ar na região.

(com assessoria de imprensa da PBH)

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