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Estado de Minas AGRICULTURA

Cafeicultores mineiros discordam da safra recorde divulgada pelo IBGE

Produtores dizem que a safra do café em 2017 deve ser menor e com menos qualidade


postado em 15/09/2017 15:59 / atualizado em 15/09/2017 16:19

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Na terça, dia 12 de setembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o Brasil a safra de grãos em 2017 baterá novo recorde, e o café canephora, por exemplo, deverá ter crescimento de 33,3% na produção. Porém, o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Breno Mesquita, está questionando os números da safra de café divulgados pelo IBGE, e também a justificativa de que, à medida em que a colheita avança, os produtores estariam se deparando com grãos maiores e mais pesados e de melhor qualidade. "Essa afirmação não condiz com o que temos visto e com relatos de produtores de todo o país, principalmente de Minas Gerais. Pelo contrário, a falta de chuvas em alguns meses afetou diretamente o tamanho do fruto. Já dispomos de informações de que a safra será bem menor, com redução maior que a esperada para o ano de ciclo baixo. Os reflexos dessa estiagem devem se estender até a próxima safra, de 2018", comenta o diretor da Faemg.

Quem também discorda do IBGE é o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lajinha, cidade da Zona da Mata mineira, Júlio Guimarães. Segundo ele, a previsão não reflete "em nada" a realidade de sua região. "Não vejo possibilidade nenhuma de concretização dos níveis que o Instituto divulgou. Há produtores da região com a safra estimada em 20% do que foi colhido em 2016. Também não constatamos melhoria na qualidade, como foi divulgado pelo IBGE", afirma o sindicalista.

Os produtores do cerrado mineiro também não estão contentes com a safra de café em 2017. "Aqui, no cerrado, polo da cafeicultura, tivemos redução de rendimento. Esperávamos recuo de 20 a 25%, já que 2016 foi uma boa safra. Mas, o que ocorreu foi uma segunda quebra de 20% no rendimento sobre a primeira", reclama Osmar Júnior, presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Patrocínio.

Segundo ele, a qualidade dos grãos também não está boa. Além disso, o preço está pouco atraente para o produtor. "Para a próxima safra, é esperada nova quebra, por causa da seca. O cafeicultor precisará do apoio das instituições bancárias e do trabalho das instituições sindicais para colher bem a próxima safra", diz Osmar Júnior.

(com assessoria de imprensa da Faemg)

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