Publicidade

Estado de Minas CIDADES

Construção de prédios no Vale do Sereno não agrada moradores

Em audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, associação de moradores alertam para possível risco ambiental


postado em 01/09/2017 10:49

Moradores do Vale do Sereno, que pertence a Nova Lima e fica ao lado do bairro Belvedere, de Belo Horizonte, reclamam dos riscos que a expansão imobiliária pode causar na região(foto: Google Earth/Reprodução)
Moradores do Vale do Sereno, que pertence a Nova Lima e fica ao lado do bairro Belvedere, de Belo Horizonte, reclamam dos riscos que a expansão imobiliária pode causar na região (foto: Google Earth/Reprodução)
Um impasse entre a prefeitura de Nova Lima, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, e moradores do bairro Vale do Sereno marcou a audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na quinta-feira, dia 31 de agosto.

Representantes de associações do bairro reclamaram do risco de desmoronamento de prédios já existentes no local com a possível construção de outras seis torres, que conseguiram o alvará de construção da administração municipal. Porém, o secretário de Planejamento de Nova Lima, André Luiz Rocha, não reconhece o risco iminente, ao considerar que a obra ainda não começou.

"Os moradores estão se antecipando ao problema", defende o presidente da comissão da ALMG e autor do requerimento da reunião, deputado Sargento Rodrigues (PDT). "Depois que desabar, não adianta", completa o parlamentar.

O presidente da Associação de Proteção ao Vale do Sereno (Aprovs), Leonardo Pinho Gomes, explica que o terreno é arenoso, tem um declive de 80º e apresenta desníveis que vão de 9 a 15 m. Segundo ele, para a construção dos edifícios seriam necessários cortes e uso de taludes, que podem comprometer as construções vizinhas. "Mais importante que nosso patrimônio são as nossas vidas", afirma o presidente da Aprovs.

Segundo o presidente da Associação dos Amigos do Vila da Serra, Vale do Sereno e Adjacências (Amavise), engenheiro Sérgio Americano Mendes, o filito, uma das rochas mais presentes no terreno, em contato com a água "vira uma manteiga". Em sua opinião, o Ministério Público precisa tomar uma providência, para evitar um futuro desastre.

Obra é legal

Durante a audiência, o secretário André Rocha informou que o alvará foi concedido para o dono do loteamento e disse desconhecer quem é a construtora que fará a obra. Segundo ele, o alvará seguiu os critérios da legislação vigente, que foram atendidos.

O secretário lembra que o terreno é o mesmo ocupado pelos prédios dos moradores participantes da audiência pública. "Se há algum questionamento, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia [Crea-MG] tem que ser ouvido. Acredito que terão responsáveis técnicos pela obra", comenta André Rocha.

Ele diz que não se pode avaliar o risco do empreendimento porque ainda não foram iniciados os trabalhos. "Vamos acompanhar a obra", assegura o secretário. Rocha diz ainda que levará os questionamentos apresentados para o prefeito de Nova Lima, Vítor Penido.

Crescimento desordenado

Os participantes da audiência na ALMG também denunciaram o crescimento desordenado de Nova Lima, que estaria colocando em risco o meio-ambiente e a segurança dos moradores da cidade.

O engenheiro Sérgio Mendes afirma que já foram licenciados 4,2 mil lotes que podem receber novos prédios e causar impacto ainda maior no trânsito já caótico da região do Vale do Sereno. "Cada espigão significa mais 100 famílias e 300 carros colocados nas ruas", alerta o presidente da Amavise.

(com assessoria de imprensa da ALMG)

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade