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Estado de Minas BEM-ESTAR

Sorgo pode ser um aliado dos diabéticos

Estudo da Embrapa e da UFV mostra que o grão ajuda na manutenção do índice glicêmico


postado em 12/09/2017 14:59

Estudo da Embrapa e da Universidade Federal de Viçosa mostra que o sorgo, se incorporado à dieta, pode ajudar na manutenção do índice glicêmico(foto: Pixabay)
Estudo da Embrapa e da Universidade Federal de Viçosa mostra que o sorgo, se incorporado à dieta, pode ajudar na manutenção do índice glicêmico (foto: Pixabay)
Pouco conhecido pelos brasileiros, o sorgo, também chamado de milho-zaburro, pode contribuir para a manutenção do índice glicêmico se incorporado à dieta. Foi o que revelou uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, em Minas Gerais. Os resultados foram divulgados no periódico científico European Journal of Nutrition.

"O controle glicêmico é essencial para prevenir a manifestação de diabetes em indivíduos predispostos e o desenvolvimento de outras complicações associadas à doença", esclarece a nutricionista Pamella Cristine Anunciação, responsável pela pesquisa na UFV. Ela lembra que alguns estudos em animais já apontavam que o consumo crônico de extratos dos compostos fenólicos do sorgo tinham capacidade de melhorar o metabolismo da glicose.

O trabalho avaliou o efeito do consumo de uma bebida contendo sorgo na glicemia medida após uma segunda refeição, em indivíduos que possuíam peso adequado para a estatura e com taxa de glicose e insulina normais. Resultados evidenciaram que a inclusão do grão – o quinto mais produzido no mundo – na dieta pode manter a glicemia mais constante, revelando um potencial no tratamento nutricional de pacientes com diabetes ou pré-diabetes.

De acordo com a pesquisadora Valéria Queiroz, da Embrapa Milho e Sorgo, a bebida que apresentou melhor resultado foi desenvolvida a partir de grãos do genótipo SC319, selecionado entre outros 100 tipos, tendo maiores teores de compostos fenólicos (especialmente taninos e 3-desoxiantocianidinas), fibras e amido resistente.

Esses compostos são os responsáveis pela redução da resposta glicêmica. "As fibras dietéticas chegam intactas ao intestino, e, assim, o esvaziamento gástrico é mais lento, diminuindo a taxa de digestão e absorção dos carboitrados", diz Pamella Anunciação. Ela ressalta que os compostos fenólicos do sorgo podem contribuir para o controle glicêmico, porque modulam a absorção dos carboidratos. "Os taninos do sorgo podem reduzir a atividade da enzima a-amilase, que digere o amido. Assim, a taxa de digestão e absorção desse carboidrato, que é o principal constituinte das bebidas contendo sorgo, pode ter sido reduzida, resultando em menor resposta glicêmica. Além disso, os taninos podem interagir com o amido, formando o amido resistente, que não é digerido. Consequentemente, há uma redução na resposta glicêmica", explica a pesquisadora da UFV.

Tudo isso é possível porque o sorgo integral é um cereal rico em fibras e a "variedade" utilizada continha também altos teores de amido resistente, composto que é lentamente digerido pelo organismo. "Isso permite uma absorção de glicose mais lenta, evitando, assim, picos na glicemia", comenta Pamella.

(com Embrapa Notícias)

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