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Estado de Minas BEM-ESTAR

Com mudança na medição da pressão arterial, quase metade dos americanos se tornam hipertensos

Agora, quem tem pressão acima de 130 por 80 já é considerado hipertenso, segundo a Associação Americana do Coração


postado em 16/11/2017 08:32 / atualizado em 16/11/2017 08:38

Apesar da mudança na medição da pressão arterial nos Estados Unidos, por aqui, os especialistas ainda consideram normal a sistólica na casa dos 130 e a diastólica acima de 80 (foto: Pixabay)
Apesar da mudança na medição da pressão arterial nos Estados Unidos, por aqui, os especialistas ainda consideram normal a sistólica na casa dos 130 e a diastólica acima de 80 (foto: Pixabay)
A Associação Americana do Coração redefiniu, na segunda-feira, dia 13 de novembro, as diretrizes usadas de medição da pressão sanguínea. Antes, quem tinha pressão sistólica (máxima) entre 130 e 139 e diastólica (mínima) entre 80 e 89 não era considerado hipertenso, mas sim, "pré-hipertenso". Agora, esses números baixaram para 120 a 129 (sistólica) e a partir de 80 (diastólica). Ou seja, quem tinha uma pressão de 132 por 81, por exemplo, agora, passa a ser considerado hipertenso.

Segundo a instituição dos Estados Unidos, a mudança faz com que a doença seja diagnosticada e tratada mais cedo. Com o novo padrão, quase metade da população americana (46%) passa a ser considerada hipertensa. Antes da redefinição, um em cada três americanos (32%) tinha a condição, que é a segunda principal causa de doença cardíaca e Acidente Vascular Cerebral (AVC) – em primeiro lugar está o tabagismo.

O limite considerado normal para a pressão arterial é de 120 por 80. Se a pessoa chegar a 130 por 80, ela dobra o risco de complicações cardiovasculares em comparação com aqueles que têm um nível normal de pressão arterial, segundo Paul Whelton, autor principal das novas diretrizes publicadas na revista científica Hypertension, que pertence à Associação Americana do Coração.

Segundo o especialista, um diagnóstico da nova hipertensão não significa necessariamente que a pessoa precise tomar medicação, mas é uma "luz amarela" para que o paciente tome medidas para baixar a pressão arterial, principalmente com abordagens não medicamentosas, ou seja, pela mudança nos hábitos de vida.

Hipertensão no Brasil

Um estudo divulgado em 2016 pelo Ministério da Saúde mostra que um em cada quatro brasileiros é diagnosticado com hipertensão. A doença atinge mais as mulheres e o número de casos cresce conforme aumenta a idade da população. Entre as cidades pesquisadas, o Rio de Janeiro apresenta o maior número de hipertensos (30,6%), e Palmas, o menor índice (15,7%).

Apesar do índice de hipertensos ter-se mantido estável, houve redução de 33% na taxa de internações causadas pela doença no ano passado: de 61 para 41 internações para cada 100 mil habitantes. Segundo o Ministério da Saúde, o consumo excessivo de sódio é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, que atualmente respondem por 72% das mortes no Brasil, como hipertensão, obesidade, osteoporose e problemas renais.

Vale ressaltar que a redefinição das diretrizes de medição da pressão sanguínea não deve causar impactos no Brasil, pelo menos, por enquanto. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, é considerada hipertensão quando a pressão arterial, após ser medida mais de uma vez, está acima de 140 por 90. Ela é considerada normal quando a pressão sistólica não ultrapassa 130 mmHg e a diastólica é inferior a 85 mmHg.

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